Constantemente dizemos que as pessoas são nossas. Os pronomes possessivos aprendidos desde pequenos nos indicam isso. Desde muito pequenos somos incitados a dizer MEU, MEU, MEU.
Sei disso porque uma das minhas irmãs, com apenas um ano e três meses anda pela casa dizendo MEU.
Não vou puni-la, nem a minha mãe, nem a mim que também ensinei ela dizer isso. Você me pergunta, onde quero chegar com essa conversa. Simples.
Nós desenvolvemos, ao longo da vida, um sentimento de posse pelas pessoas. Meu marido, Meu namorado, Minha mãe, Minha amiga, Meus irmãos, Meus amigos. Meu, é tudo meu, eles são meus.
Mas, com a chegada de algumas experiências muitas vezes dolorosas, caímos em triste desilusão quando percebemos que não, ninguém é de ninguém.
Não temos posse sobre as pessoas e por mais que juremos de pés juntos que aquela pessoa é nossa alma gêmea ou qualquer coisa parecida, não, ela não é. Assim como eu, como você ela é um espírito livre. Foi criada da unicidade que Deus deu a cada um de nós.
Esse sentimento de posse, muitas vezes surge do excesso, veja bem, excesso de um sentimento bom. Quando queremos proteger demais, cuidar demais para que aquela pessoa que amamos não sofra, nós tentamos retê-la sob nossos cuidados, muitas vezes sufocando as próprias experiências.
Que nós possamos compreender que as pessoas precisam viver suas próprias experiências e se Deus julga útil que aquela pessoa que amamos passe por elas, não será nosso cuidado excessivo nem nossa posse que vai impedi-la disso.
Nisso, muitas vezes nos frustramos, queremos arrancar o sofrimento dela e tomá-lo para nós mesmos. E as mães? Ah, as mães sempre querem arrancar o sofrimento dos filhos, criaturas abençoadas que são.
Lembro que, muitas vezes em choros convulsivos de dor, minha mãe me abraçava muito forte, como se quisesse tomar minha dor para si.
Mães, não sofram tanto. Entendam que seus filhos devem ter suas experiências e que sim, algumas delas serão tristes e dolorosas, mas se Deus não permitisse que eles passassem por elas, seria o primeiro a impedir que acontecessem.
A posse é maléfica ao nosso espírito. Somos todos espíritos livres e se estamos unidos é pela nossa afinidade, nossa simpatia e pelo amor.
Esse sim é o laço indestrutível, que atravessa vidas, tempo, épocas, distância e tudo mais que pode separar-nos se não estamos unidos por esse laço sagrado.
Mas também, o irmão doente do amor, o ódio, une nossas almas.
Por isso não devemos guardar rancor, mágoa ou quaisquer sentimentos maléficos ao nosso adiantamento.
Perdoar sempre, odiar nunca.
Por mais difícil que pareça perdoar. Por mais difícil que seja, devemos nos desapegar da posse.
No fim, somos todos um, somos todos iguais, vindo do mesmo Pai Divino e Amoroso, Que é Mãe, Pai, Irmão, Filho.
Não são os laços de posse que nos unem e sim o Amor. E que ele prevaleça e seja a maior fonte de luz dentro de nós.
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