quinta-feira, 22 de março de 2012

Confiança, fé e serenidade


Consolo, refúgio, paciência, serenidade... Tudo está em paz.
Eu poderia estar me descabelando, me perguntando o por que de certas coisas, mas não.
Aprendi com o Espiritismo e com as lições que ele me trouxe e me traz, que existem fatos maiores que a nossa vontade. Os desígnios de Deus para nós são mais importantes que nossos miseráveis anseios e dúvidas concomitantes.
O chamado do espírito é vontade imperiosa da necessidade em se fazer ouvir os apelos do Cristo.
É claro que os caminhos são difíceis, a porta é estreita e as lágrimas são abundantes, mas o que esperar desse planeta de expiações onde o próprio Mestre querido encontrou o calvário e a injúria?
Não devemos também pensar que só de dores são feitos nossos dias. Há, felizmente, que procurarmos o equilíbrio em tudo que fazemos. Se algo está desequilibrado, devemos mudá-lo.
Hoje, sinto-me fortalecida para encarar o caminho por mim traçado, nos liames do espírito unido ao Salvador , encontro um banquete de serenidade, confiança e esperança para as mágoas do coração.
Aqui na Terra somos tal qual pequeninas aves, que depois de aprendermos a esticar as asas, voaremos para nosso verdadeiro lar, sob a proteção e luz do Divino Mestre Jesus.
Não que não soframos, mas aprendamos a encarar o sofrimento como bálsamo confortador para a evolução terrestre e assim, semearemos junto aos nossos irmãos a confiança na Providência Divina.
Há muito para ser lapidado, ainda nos encontramos qual pedra bruta, necessitados da lapidação das provas impostas por nós mesmos e assinadas pelo Divino Criador.
Nada passamos aqui que não sejamos capazes de suportar.
Deus não está tão longe assim, porque dentro de nós existe um pedacinho de Deus, nosso Pai e Mãe Maior, de infinita bondade, que nos criou para que possamos aprender e acima de tudo, sermos felizes.
Que possamos buscar nas lições diárias a força, a fé, a coragem e a redenção que nos resultara na bem-aventurança dos dias porvindouros. E que saibamos valorizar as oportunidades de crescimento e de luz que o Criador nos oferece todos os dias.
Assim, que Jesus seja nosso guia maior, nosso irmão e amigo, nosso conforto, nossa paz e amor, por todos os dias de nossas vidas e depois.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Neméria e Jesus

Escrevi esse texto em 14/07/2011, após ler "Há Dois Mil Anos". Numa doce inspiração, gostaria de dividir esse pequeno conto com vocês, amigos de jornada.



Ao longe se observava uma multidão aglomerada e volumosa. Neméria passava tentando desviar suas vestes luxuosas daqueles maltrapilhos que a cercavam. Fora ao mercado porque era extremamente necessário para ela encontrar unguentos que a sua escrava dissera que afastariam a velhice.  Aos vinte anos a preocupação com a velhice deveria ser apenas uma cogitação futura, mas a vaidosa patrícia romana, passando uma temporada na Galileia com a sua família tinha necessidade de cuidar de suas futilidades.
Porém, uma voz suave e branda envolveu os pensamentos da jovem vaidosa. Ela olhou para os lados e viu que a voz vinha do meio daquela multidão de maltrapilhos. Fez sinal para que suas escravas lhe seguissem e uma delas lhe disse.
- Senhora, os unguentos ficam para lá.
- Calada e me siga.
Aos poucos , sem se importar se suas luxuosas vestes esbarravam nas vestes maltrapilhas dos miseráveis que estavam ali, Neméria ia adentrando a multidão que estava parada para ouvir um homem. A moça chamava a atenção com suas vestes finas no meio de todos, mas ela estava tomada de um imenso magnetismo que fluía da voz daquele singelo homem que falava com a maior brandura de seu coração.
Ela parou e observou. Ele tinha uma beleza modesta e iluminada, os olhos muito puros, fitando os primeiros raios do crepúsculo que surgiam. A barba no rosto simples e os cabelos muito macios e brilhantes cobriam-lhe os ombros. Havia uma paz em seu sorriso terno e uma  misericórdia imensa em casa olhar daquele pobre homem que usava apenas uma túnica modesta, porém muito limpa.  Ao redor dele estavam os páreas da sociedade, prostitutas, velhos centuriões deserdados, mendigos, maltrapilhos, crianças famintas, famílias pobres e todo o tipo de gente coberta pelas chagas do esquecimento e da pobreza. Nas palavras daquele homem puro, simples, verdadeiro e iluminado eles encontravam o pão de suas pobres almas caídas e esfarrapadas. Nos seus ensinamentos de amor e piedade eles bebiam a esperança de um amanhã promissor, embalados no colo de um Pai de amor, num reino Divino e onde todos seriam iguais perante aos olhos desse pai bondoso e que os amava, mesmo que a sociedade os tivesse esquecido.
E a cada palavra desse homem tão sincero, a cada palavra profunda de amor e caridade que ele dizia, os olhos da jovem Neméria se desfaleciam em lágrimas. O que eram os títulos de sua família, de seu pai, suas jóias e seus poderes sendo que jamais, em sua vida ela teria demonstrado um mínimo sentimento de piedade ou compaixão por qualquer um que fosse?
Sentia sua vaidade ser dilacerada pelas palavras da verdade e da honestidade, sentia-se a última das criaturas, a mais pobre de todas ali, porque sua pobreza era a de espirito.
E aquele homem, aquele homem puro e honesto entendendo que o orgulho e o ego da jovem patrícia havia desaparecido daquele coração pobre e corrompido, olhou-a profundamente e disse:
- Amará a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a ti mesmo.
E sorriu um sorriso singelo, profundo e querido. O magnetismo dele fê-la cair de joelhos e chorar. As servas mal entendiam.
Ele se levantou, abaixou e levantou-a, segurando pelas mãos.
A patrícia orgulhosa agora chorava mais, era apenas uma criança perdida no mar de suas desilusões.
Ele olhou profundamente nos olhos dela e nada disse. Ela, recuperando as forças que haviam restado disse-lhe:
- Tenho muito a aprender sobre o amor.
Ele soltou-a e voltou ao seu lugar. Ela entre lágrimas e sorrisos da alma, beijou-lhe a mão e foi-se embora.
Depois daquele dia a jovem e orgulhosa Neméria nunca mais fora a mesma. Desde o dia em que ela, uma jovem patrícia desorientada, vaidosa e orgulhosa deparou-se com ele, o homem que mudaria toda sua vida, o filho de Deus Vivo na Terra, o Bem Amado, o Filho de Maria, a Luz de Todos Os Tempos. Ele, Jesus. 

terça-feira, 20 de março de 2012

Daí que eu estava aqui, lamentando a minha intensa dor de garganta quando me deparo com uma foto de uma pequena menina, de uns três anos, carequinha, vestida de princesa, com o sorriso mais lindo desse mundo.
Pranto copioso e envergonhado desceu sob a minha face e eu só sabia pedir perdão a vós, Mestre Jesus, por eu ser tão pífia, egoísta  e sofrer por essa dor miserável, quanto a pequenina criatura aguenta os fardos da expiação com sorriso louvável.
Eu me sinto a últimas das criaturas quando me pego nessa mesquinhez. Como somos imperfeitos e tortos, Senhor...
Mas ainda sim, mesmo com toda vergonha, rogo a ti, de joelhos em espíritos o vosso perdão de luz, a sua força para que dia após dia eu possa me livrar dos antigos conceitos e enxergar com mais claridade, ainda que esse olhar seja acompanhado de lágrimas vertiginosas frente ao meu comportamento miserável perto de ti, Jesus querido.
Não me abandones. Mas fortalece aquela pequenina, que me mostrou num sorriso em meio a escuridão que o Senhor jamais nos abandona.

terça-feira, 13 de março de 2012

Clamor ao Mestre...

Jesus, que somos nós, filhos extraviados do perdão, crianças mendigando vosso amor, velhos perdidos em remorsos e mágoas...
Jesus, dá-nos seu amor, Mestre. Não nos abandoneis a própria sorte difícil que escolhemos.
É só em busca de Teu Abraço Eterno que temos vivido.
Quantos caminhos de engano, quantas misérias não acumulamos em nossas vidas, quanta tristeza, Pai, quantos arrependimentos...
Se pudéssemos ver com Seus Olhos Amorosos, se pudésseis segurar a nossa mão frágil e pequenina, diante da Sua de tantas bençãos e amor. Que fizemos nós? O que deixamos nós em nossa miserável existência?
Mágoas, ressentimentos, dor, revolta, saudades doloridas de tudo que não foi e achamos, em nossa pequenez, que devia ter sido.
Ampara-nos, Mestre, pois é por Teu amor que mitigamos a nossa existência vazia e sem sentido sem tua benção!
Depositamos aos seus pés, de joelhos cansados e machucados, nossas aflições, nossas dores e pedimos: Olhai por nós, Jesus. Sem ti nada faz sentido aqui.
Deixa-nos beijar Tuas Mãos Bondosas, permite-nos seguir Teu Coração Divino. Ainda que caminhemos pelo vale das sombras, ainda que recaiam coroas de espinhos em nossos corações, seguiremos com o espírito envolto de amor e paz.
Jesus, Mestre Amigoo, ouvi nossa prece...

Sobre perdão, provações, sofrimentos e o amor de Jesus

Senhor, quantas são as provações em nossas vidas! Quanto sofrimento, lágrimas, mágoas e rancores.
Senhor, se pudéssemos entender que todos esses difíceis caminhos, que toda a dor e sofrimento são provações escolhidas por nós, tão necessárias ao crescimento do espírito...
Nos deixamos embrenhar na relva no orgulho, nós amarramos as mágoas do passado e permitimos que o espinho do egoísmo e do rancor envenene nosso coração.
Como é difícil confiar, Pai.
Como é difícil mudar as impressões, aparência, como é difícil dar uma segunda chance aquele que tanto nos fez sofrer, que tantas lágrimas arrancou de nossos olhos...
Mas estamos todos juntos, devedores da Justiça Divina, pagando dia após dia aquilo que está nos planos de Deus.
Devemos encarar nossos sofrimentos como benção. Já disse o "Evangelho segundo o Espiritismo", que todo aquele que sofre deve agradecer, pois tem no sofrimento uma moeda de troca para sua redenção futura.
Tal qual o homem que deve muito dinheiro ao banco e cansado de fugir de seus cobradores, se presta a pagar aquilo que deve, mesmo que infinitas prestações de um dinheiro que até poderá lhe fazer muita falta, mas que no futuro lhe será de grande alívio ter sua divida quitada.
Somos nós os homens devedores, e pagamos com sofrimento as nossas faltas passadas, as injustiças que cometemos.
Vigiemos, amigos, para que não acumulemos mais dívidas. Perdoar é difícil, mas com o decorrer dos dias, se buscarmos na oração e na fé o nosso consolo, poderemos aprender a perdoar, dia após dia, cada vez um pouquinho mais.
Deixemos que o tempo e a palavra de Jesus cure as chagas que o orgulho e a revolta abriu em nossos corações.
Devemos nos permitir sermos imperfeitos, mas principalmente, permitir que os outros também sejam.
Vamos abrir o nosso coração para Jesus, agradecendo, diariamente a dádiva da reencarnação, a benção de poder estar aqui novamente, ainda que com dificuldades, acertando nossas dívidas, retomando o caminho do amor, da caridade e do perdão.
Senhor, ajuda-nos a compreender que nenhum sofrimento é em vão, que as lágrimas derramadas por nós são nutrientes que deixamos no solo da esperança para fertilizar a bondade e as alegrias do porvir.
Que possamos perdoar, dar novas chances. Acaso não necessitamos de perdão? Acaso não necessitamos de novas chances em nossas vidas?
Que possamos ver irmão, o amigo, a companheira, o reflexo de nossas ações, que possamos perdoá-los porque nós também trouxemos sofrimentos a eles. Que possamos olhá-los com amor que olharíamos nosso Senhor Jesus e dizer " Estamos juntos na dor porque a vida nos permitiu assim. Vamos lutar nas forças do amor e do perdão para que possamos cumprir aquilo que nos propomos e todos seremos felizes".
E que andando um passo de cada vez nos caminhos benditos de Jesus, nós possamos alcançar sua Paz e Seu Amor.

"Vinde a mim todos vos que sofreis e eu vos aliviarei".

segunda-feira, 5 de março de 2012

Nos caminhos de luz

A mente reluta, o espírito se oprime.
A mente julga, o espírito entristece.
A mente desvia, o espírito procura.
A mente trai, o espírito perdoa.

Quando o combate entre mente e espírito é selado por nós mesmos, sentimos vazios instantâneos e dúvidas avassaladoras. Ainda não sabemos ouvir o que há de mais essencial em nós.
Porém, felizmente somos intuídos pelos espíritos amigos e ainda que não percebamos, eles nos encaminham para as veredas de Jesus.
Onde Ele nos chamar, nos devemos ir.
Nós devemos escutar o seu chamado e onde Ele estiver, devemos segui-lo. Seja no casebre de barro, até na casa modesta. Nas paredes brancas onde ecoa Seu nome, ou por entre as flores onde ressoam cânticos em Sua glória. Onde estiver Senhor, eu vos seguirei.
Guia-me por entre os arvoredos e também sobre o asfalto. Transporta-me para mundos de luz e que ela se estenda a todos os nossos irmãos. Que eu seja mísero grão de areia na imensa ampulheta do Universo.
O que importa esse mísero grão, dirão alguns. Mas bem o sabemos, Mestre Amigo, que não fosse um pequenino grão, a ampulheta não seria harmônica e o tempo correria sob o caos.
Ninguém nos disse que seria fácil, mas a fé remove todos os obstáculos.
Somos chamados quando estamos preparados segundo a vontade de Deus, por mais que ainda não tenhamos assimilado essa verdade.
Devemos enfrentar nosso orgulho, nossa vaidade, as dificuldades do corpo, do espírito e da mente.
E assim, tudo seguirá conforme os planos de Deus.
Obrigada Senhor, pela lucidez e pela claridade do dia de hoje.