domingo, 31 de março de 2013

Quando penso em você...

Há algum tempo atrás não entendia direito quem era você. Me sentia meio distante demais pra tentar lhe falar qualquer coisa. As vezes nos ensinam que você está muito distante de nós.
Depois de começar a frequentar mais a casa espírita, depois de começar a ler mais, especialmente os livros de Emmanuel que falam dos tempos em que você esteve entre nós, comecei a perceber melhor quem era você.
Percebi então, que você se fez homem e frágil para nos ensinar. Que você desceu até nós, ainda tão ignorantes, para nos mostrar com toda simplicidade do Seu Ser o que é amar.
Fico pensando como deve ter sido você. Desde bebê, ainda tão pequenino, quem diria que aquela criatura frágil seria nosso maior exemplo de amor? 
Imagina só como você era lindo e como devia ser esperto. Um bebê aureolado por Nosso Senhor. Como deviam ser suas risadas, seus olhares, seu dormir tranquilo, ainda sem pensar no que lhe podia vir?
Mais adiante você cresce, e deve ter sido uma criança muito iluminada. Como seria brincando com os amigos, repartindo seu pedaço de pão com tantos... Como seria seu choro ao ralar os joelhos numa brincadeira qualquer?
Então você cresce mais um pouco, moço, devia ser mesmo muito bonito. E sua paz de espírito já irradia por todos aqueles que estão perto de você. Mesmo aqueles que já te olham com arrogância e desprezo.
Então, penso como devia ser, já homem, quando se dispôs a trazer as palavras de amor e consolação que nos trouxeste.
Como deveria ser seu rosto, as marcas de expressão nos teus olhos, os vincos suaves que se abriam com seu sorriso de luz? Como devia ser você de olhos fechados, orando, silencioso? Como devia ser seu olhar, manso e meigo, um alento para todos os desesperados desse mundo?
Então penso naquele dia, em que se resignou para nos dar seu exemplo. E meu coração se parte ao pensar no sangue que jorrou das tuas feridas abertas, das palavras que te humilharam, da impiedade, de tudo que fizeram com você. E cada vez que eu penso em você, em tudo que me vem a cabeça quando penso em você, meu coração se aperta e me dá uma saudade aguda. Talvez eu tenha te visto em algum lugar. Talvez eu estivesse lá, no auge da minha prepotência, chamando você de agitador. Talvez eu estivesse lá, no meio da minha ignorância, sem entender nada, nem você. Talvez eu estivesse lá, inútil e imóvel, sem poder fazer nada por você. Talvez eu nem estivesse lá, mas eu não consigo ignorar o magnetismo que emana da sua presença, muito embora eu não me lembre se algum dia posso ter cruzado com você ou não.
A questão é que pra mim você se tornou mais próximo, muito embora eu saiba que anos e anos de amor, caridade e evolução nos distanciam, hoje eu converso com você como se fosse meu velho amigo.
E parece que aí de onde você está, só você me entende, e não me julga. Apenas sorri. É o que eu sinto.
Quando penso que depois você apareceu pra nos dizer que o amor é eterno e a morte não existe, penso mesmo que você foi único. Nunca haverá ninguém como você. 
E nós, aqui, ainda tão distantes da Tua Luz, temos o nosso Calvário diário, nosso caminho do Gólgota pra atravessar. Seja no cumprimento de nossos deveres, nas lutas diárias contra nosso egoísmo, vaidade e preconceitos, ou nos desafios constantes de melhora íntima, que por si só, já são dificílimos. Cada um sabe o peso da sua cruz.
A diferença é que nós temos você pra nos amparar. Você vai ao nosso lado, nos ajuda quando ela pesa demais, sofre conosco tudo de novo pra gente entender mesmo que o que você quis nos dizer era só amor. Você nos ampara, nos consola e meu coração é um mar brando de ternura quando penso em você.
Obrigada por ter estado entre nós. Obrigada por ter nos mostrado que a morte não existe, obrigada por ter nos dado esperança em dias melhores, obrigada por ser essa Luz e Amor que você é.
Eu não sei onde você está, mas fico pensando como você é, e aureolado pela sua luz interior e pelo amor de Nosso Pai, tento imaginar você sorrindo, porque é esse nosso caminho, a felicidade junto de ti.
Obrigada, Jesus, obrigada por tudo!
Meu coração é só amor quando penso em você!


quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Oração Nossa



"Senhor ensina-nos a orar, sem esquecer o trabalho. 
A dar, sem olhar a quem. 
A servir, sem perguntar até quando...

A sofrer, sem magoar, seja quem for.
A progredir, sem perder a simplicidade.
A semear o bem, sem pensar nos resultados...

A desculpar, sem condições.
A marchar para frente, sem contar os obstáculos. 
A ver sem malícia...

A escutar, sem corromper os assuntos. 
A falar, sem ferir. 
A compreender o próximo, sem exigir entendimento...

A respeitar os semelhantes, sem reclamar consideração. 
A dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever, sem cobrar taxas de reconhecimento...

Senhor, fortalece em nós, a paciência para com as dificuldades dos outros, assim como precisamos da paciência dos outros, para com as nossas próprias dificuldades...

Ajuda-nos para que a ninguém façamos aquilo que não desejamos para nós...

Auxilia-nos, sobretudo, a reconhecer que a nossa felicidade mais alta será, invariavelmente, aquela de cumprir seus desígnios onde e como queiras, hoje, agora e sempre."

(Emmanuel por Chico Xavier)

domingo, 30 de setembro de 2012

Oração de agradecimento

Provas e expiações. Este é o mundo que estou, Senhor.
O mundo que pedi, o mundo que mereci, em tantos séculos de vivências, vidas e lutas. Aprendizado e erros. Errei, Meu Deus e volto ao peso da minha cruz, implorar por sua misericórdia.
Renasci sob a sua benção. Recebi um corpo perfeito.
Enxergo a luz do Sol, mas ai de mim que demorei tanto para poder ver a Sua Luz...
Ouço o cantar dos pássaros, mas ai de mim que demorei tanto para saber ouvir e compreender o que diz o silêncio daqueles que comigo estão no caminho.
Falo muito e a todo instante, mas ai de mim que demorei tanto para usar minha voz para proferir uma palavra amiga para aquele que machuca meu coração, uma prece de agradecimento.
Posso andar com minhas próprias pernas, mas ai de mim que demorei tanto para trilhar os caminhos do Teu Amor.
Por mais doloroso que seja o caminho, o Sol da fé ilumina esses meus dias, num vale de lágrimas que são secas pela Tua mão bondosa.
Meu Deus, ensina-me a caminhar com Jesus, ensina-me a ser mansa de coração, pura de espírito.
Na lapidação diária de nós mesmos, que eu saiba que a paciência é ferramenta essencial para brilhar o diamante da consciência tranquila, da caridade moral e da resignação.
Que eu saiba que nenhuma cruz é tão pesada, que nenhuma distância machuca tanto, que nenhum amor é tão triste que não receba a benção dos dias porvindouros.
Se sofro, é pela inconsequência de dias passados e sei que a fé no futuro me fará caminhar serena, até o dia em que a compreensão alcançará meu coração, "e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão".
Senhor, que a sua Luz se faça em todos os corações.
Obrigada por mais um dia.



quinta-feira, 12 de julho de 2012

Auto-perdão


Perdoar não é uma tarefa fácil. Acho mesmo que a maioria das nossas dificuldades, doenças e excessos de toda ordem estão, direta ou indiretamente relacionados com a falta de perdão.
Mas quando falo perdão, não é tão somente perdoar os outros.
Perdoar os outros é sublime, porém, não é uma tarefa simples.
Acredito que só consegue perdoar os outros quem já se perdoou.
Sim, pra que exista o perdão verdadeiro, puro, do coração, é preciso que também exista o auto-perdão.
Na minha humilde e deturpada concepção da vida, um não existe sem o outro.
Auto-perdão não é você se ausentar das suas responsabilidades, não é você fugir daquilo que lhe cabe. Pelo contrário. Auto-perdão é você aceitar que errou, compreender que também é responsável por tudo aquilo que lhe acontece, sem se colocar numa posição de vítima ou de algoz. É entender, compreender e assimilar os próprios limites, as próprias dificuldades mas não usá-las como muleta e sim, como um degrau que fará você transpassar esses problemas na direção de uma vida mais harmoniosa e saudável.
 A gente precisa aceitar no coração que, muitas vezes, a nossa compreensão, nossa visão tem um limite e que fizemos aquilo que achávamos que era certo. Se hoje reconhecemos que aquilo que fizemos foi errado ou equivocado, devemos nos perdoar, porque estamos na Terra para aprender, crescer e evoluir.
O reconhecimento da responsabilidade, a aceitação dela e a compreensão de que nós podemos aprender com as nossas dificuldades são os passos iniciais e mais maduros para a reflexão do auto-perdão.
No exame silencioso da consciência, podemos refletir sobre os nossos atos, pensamentos e vontades. Dessa forma, conseguimos analisar mais friamente tudo aquilo que nos rodeia e a nossa parcela de responsabilidade de tudo aquilo que nos é colocado como prova, como obstáculo e como dificuldade.
Assim, depois de uma reflexão madura e equilibrada, aquilo que nos era colocado como culpa dolorosa e remorso constante, vai se transformando na limitação que devemos trabalhar e superar.
O auto-perdão é um processo diário e lento, que requer mais razão do que emoção.
Não podemos carregar fardos excessivos que nós mesmos acumulamos no decorrer de nossas vidas. Estamos aqui pra carregar certos fardos? Sim, mas estamos aqui principalmente pra aprendermos a transformar isso que a gente chama de "fardo" em luz, em aprendizado, em esperança de uma vida melhor.
Mas não basta só a razão. O auto-perdão, assim como perdão para com o próximo, é um ato de amor.
Amor porque só o amor existe. O resto é criação da nossa mente, criação da sociedade.
Para Deus, só existe o amor.
E nós somos um pedacinho do Amor de Deus, vivendo múltiplas experiências, transitando pelo Universo, buscando o encontro do nosso ser, que nada mais é que nosso encontro com Deus.
Caminhemos para o nosso encontro com Deus. Amemos aquilo que somos, porque somos parte Dele, viemos Dele e para Ele retornaremos.
Aceitemos as limitações mas lutemos para que elas se transformem em aprendizado, em evolução.
Vamos nos permitir nos amar. Vamos nos perdoar. Perdoar porque o perdão é o primeiro passo para nossa purificação interior.
Que nós possamos nos amar, que nós possamos nos perdoar e que possamos assim, ser amor, perdão, alegria e luz para todos aqueles que nos rodeiam, hoje e sempre!



terça-feira, 3 de julho de 2012

10 anos de saudade!



No último sábado, no dia 30 de junho, muitos olhos e corações se elevaram aos Céus cheios de saudade e gratidão.
Dia 30 de junho é uma data simbólica para nós, espíritas.
Dez anos do desencarne de Chico Xavier.
Sei que parece triste, porque muito embora tenhamos a crença na imortalidade da alma, que a morte não existe, é apenas uma separação temporária, por mais espiritualizada que a pessoa seja, é muito difícil lidar com esse choque e principalmente, com a ausência.
Mas eu procuro ver essa data com outros olhos. O dia 30 de junho simboliza, pra mim, a redenção do Chico, a missão cumprida, o amor plantado, a luz acesa.
Eu sinto saudades do Chico. Uma saudade fora dos padrões, porque eu mesma nunca pude conhecê-lo. Mas em cada obra psicografada por ele que eu li, parecia que ele estava ao meu lado, me contando uma história que haviam contado a ele, com simplicidade, emoção e amor.
Agradeço muito o Chico, não só pelo exemplo máximo de amor ao próximo, mas por todas as obras que ele se empenhou em trazer com a ajuda de muitos irmãos de luz, porque foram muitas dessas obras que me tiraram do marasmo, da tristeza e reacenderam minha fé.
Cada vez que eu pensava nele, na história de vida desse anjo de Deus em forma de gente, eu via e ainda vejo que tenho muitos degraus a subir, mas não são degraus impossíveis de serem alcançados. Basta que tenhamos amor.
Amor incondicional, amor vivo, amor puro, amor desapegado.
É fácil amar assim?
Não sei. Mas sei que é possível.
Eu espero, um dia, poder encontrar com o Chico em algum lugar e abraçá-lo com toda minha gratidão. Assim como eu espero um dia, pelo menos ver, nem que seja de longe, Emmanuel, Alcíone, Lívia, Célia e todos esses espíritos iluminados que "conheci" por intermédio do Chico.
Quantas lágrimas secaram por intermédio desse anjo? Quantas mães, quantas famílias não foram consoladas? Quantos irmãos não encontraram a luz? Quantas pessoas se transformaram depois de conhecê-lo? Quanto amor ele não espalhou por aí? Quanto exemplo de paciência, humildade e simplicidade ele não nos deu? Quantos corações endurecidos não renderam graças a Deus?
Chico, onde quer que você esteja, eu amo você e te agradeço por tudo!
Obrigada por ser um exemplo, não só para nós, espíritas, mas para todas as pessoas, de que o amor despretensioso, o amor puro é a maior alegria que podemos ter aqui na Terra! De que a fé transforma, o amor constrói e a vida pode ser maravilhosa, mesmo com todas as dificuldades que encontramos.
Que Deus continue a envolver você com toda essa luz de amor, que Jesus continue lhe guiando e que você receba nosso abraço carinhoso, envolto de amor, paz e muita, mas muita gratidão!
Obrigada!
Saudades!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

A sublime felicidade do instante

Quando estamos entregues a vida, quando nos esquecemos das dores, quando a fé e a confiança ecoam em nosso coração, ela aparece nos fazendo sorrir: a sublime felicidade do instante.
Passageira, rápida, mas por um momento: eterna.
Como é maravilhosa a sensação da felicidade do momento, do instante.
Se soubermos apreciá-la, deixá-la acontecer, quantas lágrimas nossas seriam poupadas.
Esperamos que a felicidade seja uma coisa grandiosa e cheia de ostentação, seja material ou emocional. É esse pensamento que nos leva a caminhar por vales tortuosos, onde nos forjamos no erro, na dor e posteriormente, no arrependimento cruel.
Ora, já não disse Jesus: A felicidade não é deste mundo.
Mas isso não quer dizer que não tenhamos durante a nossa existência momentos felizes e alegres, onde coração, mente e espírito estão em comunhão, fazendo nossa expressão, antes rude, florescer um caloroso sorriso.
Momentos assim são guardados como relíquias da alma.
Eles vão nos auxiliar nos momentos de aflição.
Esqueçamos, pois, as dificuldades ao redor.
Deixemos a Luz de Jesus entrar em nossas vidas, nossos corações, em nossas almas.
Valorizemos as pequenas coisas, os gestos simples, a simplicidade da natureza a nossa volta, da natureza humana.
Que possamos erguer nosso olhar a Deus e a nós mesmos, e assim sentiremos em nosso coração a sublime felicidade do instante!

Boa semana!

domingo, 13 de maio de 2012

Feliz dia das Marias!


Hoje é o dia delas, dia das grandes mulheres a quem Deus confiou um dom, dia das guerreiras de cada dia, das grandes domadoras de leões, das malabaristas das vidas e senhoras dos destinos. Hoje é dia das mães.
E fazendo uma pequena reflexão sobre a magnitude desses anjos em forma de mulheres na Terra, sejam elas mães biológicas ou de criação, sejam elas avós que se tornam mães, tias que se tornam mães, filhas que se tornam mães, existe um grande e seguro referencial para nós, um exemplar de maternidade que nos dá força e nos protege, que faz de nós, mães ou não, filhas amparadas no seu amor maternal: Maria.
Maria é o grande exemplo de mãe que nós, mulheres, devemos seguir.
Um amor incondicional, que mesmo nas mais tenebrosas dores do Calvário, tendo seu único filho ao martírio cruel, rogou a Deus por misericórdia e confiou Nele.
Fico pensando como deve ter sido Maria. 
Como deve ser Maria...
Como devem aqueles olhos angelicais de madona, envoltos em brandura celestial. Olhos estes que tanto choraram, mas que se elevaram aos Céus em busca do Socorro Divino.
Como seria sua palavra, doce e amorosa, amiga e companheira. Palavra esta que confortava, mas sabia silenciar em momentos onde a voz do coração ecoava nas almas.
Como seriam suas mãos, leves e curadoras, sutis e balsamizantes. Mãos estas que acolheram Jesus quando ainda se fazia um bebê indefeso, necessitado de seu amor infinito, benção do caminho da vida, do começo de tudo.
Mãos estas que uniram-se em prece quando nada mais parecia fazer sentido. Quando a dor sufocou e as mãos, unidas num gesto de desespero apertavam-se pedindo por nós.
Como seria seu sorriso, generoso e sincero, radiante e claro como o raiar do dia. Sorriso este que muitas vezes se estampou na face, mesmo quando o coração chorava dilaceradamente.
Maria, nossa mãezinha querida, mãezinha de Jesus.
Qual de nossas mães não haverá de ser uma Maria?
São elas que sorriem quando querem chorar, são elas que nos ninam quando querem dormir, são elas que falam quando silenciamos.
Olhemos para nossas mães e pessoas que nos inspiram figura maternal... 
Oremos por elas e que possamos reconhecer no sorriso de cada uma o amor de nossa mãe Maria!
Feliz dia das Marias!