domingo, 30 de setembro de 2012

Oração de agradecimento

Provas e expiações. Este é o mundo que estou, Senhor.
O mundo que pedi, o mundo que mereci, em tantos séculos de vivências, vidas e lutas. Aprendizado e erros. Errei, Meu Deus e volto ao peso da minha cruz, implorar por sua misericórdia.
Renasci sob a sua benção. Recebi um corpo perfeito.
Enxergo a luz do Sol, mas ai de mim que demorei tanto para poder ver a Sua Luz...
Ouço o cantar dos pássaros, mas ai de mim que demorei tanto para saber ouvir e compreender o que diz o silêncio daqueles que comigo estão no caminho.
Falo muito e a todo instante, mas ai de mim que demorei tanto para usar minha voz para proferir uma palavra amiga para aquele que machuca meu coração, uma prece de agradecimento.
Posso andar com minhas próprias pernas, mas ai de mim que demorei tanto para trilhar os caminhos do Teu Amor.
Por mais doloroso que seja o caminho, o Sol da fé ilumina esses meus dias, num vale de lágrimas que são secas pela Tua mão bondosa.
Meu Deus, ensina-me a caminhar com Jesus, ensina-me a ser mansa de coração, pura de espírito.
Na lapidação diária de nós mesmos, que eu saiba que a paciência é ferramenta essencial para brilhar o diamante da consciência tranquila, da caridade moral e da resignação.
Que eu saiba que nenhuma cruz é tão pesada, que nenhuma distância machuca tanto, que nenhum amor é tão triste que não receba a benção dos dias porvindouros.
Se sofro, é pela inconsequência de dias passados e sei que a fé no futuro me fará caminhar serena, até o dia em que a compreensão alcançará meu coração, "e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão".
Senhor, que a sua Luz se faça em todos os corações.
Obrigada por mais um dia.



quinta-feira, 12 de julho de 2012

Auto-perdão


Perdoar não é uma tarefa fácil. Acho mesmo que a maioria das nossas dificuldades, doenças e excessos de toda ordem estão, direta ou indiretamente relacionados com a falta de perdão.
Mas quando falo perdão, não é tão somente perdoar os outros.
Perdoar os outros é sublime, porém, não é uma tarefa simples.
Acredito que só consegue perdoar os outros quem já se perdoou.
Sim, pra que exista o perdão verdadeiro, puro, do coração, é preciso que também exista o auto-perdão.
Na minha humilde e deturpada concepção da vida, um não existe sem o outro.
Auto-perdão não é você se ausentar das suas responsabilidades, não é você fugir daquilo que lhe cabe. Pelo contrário. Auto-perdão é você aceitar que errou, compreender que também é responsável por tudo aquilo que lhe acontece, sem se colocar numa posição de vítima ou de algoz. É entender, compreender e assimilar os próprios limites, as próprias dificuldades mas não usá-las como muleta e sim, como um degrau que fará você transpassar esses problemas na direção de uma vida mais harmoniosa e saudável.
 A gente precisa aceitar no coração que, muitas vezes, a nossa compreensão, nossa visão tem um limite e que fizemos aquilo que achávamos que era certo. Se hoje reconhecemos que aquilo que fizemos foi errado ou equivocado, devemos nos perdoar, porque estamos na Terra para aprender, crescer e evoluir.
O reconhecimento da responsabilidade, a aceitação dela e a compreensão de que nós podemos aprender com as nossas dificuldades são os passos iniciais e mais maduros para a reflexão do auto-perdão.
No exame silencioso da consciência, podemos refletir sobre os nossos atos, pensamentos e vontades. Dessa forma, conseguimos analisar mais friamente tudo aquilo que nos rodeia e a nossa parcela de responsabilidade de tudo aquilo que nos é colocado como prova, como obstáculo e como dificuldade.
Assim, depois de uma reflexão madura e equilibrada, aquilo que nos era colocado como culpa dolorosa e remorso constante, vai se transformando na limitação que devemos trabalhar e superar.
O auto-perdão é um processo diário e lento, que requer mais razão do que emoção.
Não podemos carregar fardos excessivos que nós mesmos acumulamos no decorrer de nossas vidas. Estamos aqui pra carregar certos fardos? Sim, mas estamos aqui principalmente pra aprendermos a transformar isso que a gente chama de "fardo" em luz, em aprendizado, em esperança de uma vida melhor.
Mas não basta só a razão. O auto-perdão, assim como perdão para com o próximo, é um ato de amor.
Amor porque só o amor existe. O resto é criação da nossa mente, criação da sociedade.
Para Deus, só existe o amor.
E nós somos um pedacinho do Amor de Deus, vivendo múltiplas experiências, transitando pelo Universo, buscando o encontro do nosso ser, que nada mais é que nosso encontro com Deus.
Caminhemos para o nosso encontro com Deus. Amemos aquilo que somos, porque somos parte Dele, viemos Dele e para Ele retornaremos.
Aceitemos as limitações mas lutemos para que elas se transformem em aprendizado, em evolução.
Vamos nos permitir nos amar. Vamos nos perdoar. Perdoar porque o perdão é o primeiro passo para nossa purificação interior.
Que nós possamos nos amar, que nós possamos nos perdoar e que possamos assim, ser amor, perdão, alegria e luz para todos aqueles que nos rodeiam, hoje e sempre!



terça-feira, 3 de julho de 2012

10 anos de saudade!



No último sábado, no dia 30 de junho, muitos olhos e corações se elevaram aos Céus cheios de saudade e gratidão.
Dia 30 de junho é uma data simbólica para nós, espíritas.
Dez anos do desencarne de Chico Xavier.
Sei que parece triste, porque muito embora tenhamos a crença na imortalidade da alma, que a morte não existe, é apenas uma separação temporária, por mais espiritualizada que a pessoa seja, é muito difícil lidar com esse choque e principalmente, com a ausência.
Mas eu procuro ver essa data com outros olhos. O dia 30 de junho simboliza, pra mim, a redenção do Chico, a missão cumprida, o amor plantado, a luz acesa.
Eu sinto saudades do Chico. Uma saudade fora dos padrões, porque eu mesma nunca pude conhecê-lo. Mas em cada obra psicografada por ele que eu li, parecia que ele estava ao meu lado, me contando uma história que haviam contado a ele, com simplicidade, emoção e amor.
Agradeço muito o Chico, não só pelo exemplo máximo de amor ao próximo, mas por todas as obras que ele se empenhou em trazer com a ajuda de muitos irmãos de luz, porque foram muitas dessas obras que me tiraram do marasmo, da tristeza e reacenderam minha fé.
Cada vez que eu pensava nele, na história de vida desse anjo de Deus em forma de gente, eu via e ainda vejo que tenho muitos degraus a subir, mas não são degraus impossíveis de serem alcançados. Basta que tenhamos amor.
Amor incondicional, amor vivo, amor puro, amor desapegado.
É fácil amar assim?
Não sei. Mas sei que é possível.
Eu espero, um dia, poder encontrar com o Chico em algum lugar e abraçá-lo com toda minha gratidão. Assim como eu espero um dia, pelo menos ver, nem que seja de longe, Emmanuel, Alcíone, Lívia, Célia e todos esses espíritos iluminados que "conheci" por intermédio do Chico.
Quantas lágrimas secaram por intermédio desse anjo? Quantas mães, quantas famílias não foram consoladas? Quantos irmãos não encontraram a luz? Quantas pessoas se transformaram depois de conhecê-lo? Quanto amor ele não espalhou por aí? Quanto exemplo de paciência, humildade e simplicidade ele não nos deu? Quantos corações endurecidos não renderam graças a Deus?
Chico, onde quer que você esteja, eu amo você e te agradeço por tudo!
Obrigada por ser um exemplo, não só para nós, espíritas, mas para todas as pessoas, de que o amor despretensioso, o amor puro é a maior alegria que podemos ter aqui na Terra! De que a fé transforma, o amor constrói e a vida pode ser maravilhosa, mesmo com todas as dificuldades que encontramos.
Que Deus continue a envolver você com toda essa luz de amor, que Jesus continue lhe guiando e que você receba nosso abraço carinhoso, envolto de amor, paz e muita, mas muita gratidão!
Obrigada!
Saudades!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

A sublime felicidade do instante

Quando estamos entregues a vida, quando nos esquecemos das dores, quando a fé e a confiança ecoam em nosso coração, ela aparece nos fazendo sorrir: a sublime felicidade do instante.
Passageira, rápida, mas por um momento: eterna.
Como é maravilhosa a sensação da felicidade do momento, do instante.
Se soubermos apreciá-la, deixá-la acontecer, quantas lágrimas nossas seriam poupadas.
Esperamos que a felicidade seja uma coisa grandiosa e cheia de ostentação, seja material ou emocional. É esse pensamento que nos leva a caminhar por vales tortuosos, onde nos forjamos no erro, na dor e posteriormente, no arrependimento cruel.
Ora, já não disse Jesus: A felicidade não é deste mundo.
Mas isso não quer dizer que não tenhamos durante a nossa existência momentos felizes e alegres, onde coração, mente e espírito estão em comunhão, fazendo nossa expressão, antes rude, florescer um caloroso sorriso.
Momentos assim são guardados como relíquias da alma.
Eles vão nos auxiliar nos momentos de aflição.
Esqueçamos, pois, as dificuldades ao redor.
Deixemos a Luz de Jesus entrar em nossas vidas, nossos corações, em nossas almas.
Valorizemos as pequenas coisas, os gestos simples, a simplicidade da natureza a nossa volta, da natureza humana.
Que possamos erguer nosso olhar a Deus e a nós mesmos, e assim sentiremos em nosso coração a sublime felicidade do instante!

Boa semana!

domingo, 13 de maio de 2012

Feliz dia das Marias!


Hoje é o dia delas, dia das grandes mulheres a quem Deus confiou um dom, dia das guerreiras de cada dia, das grandes domadoras de leões, das malabaristas das vidas e senhoras dos destinos. Hoje é dia das mães.
E fazendo uma pequena reflexão sobre a magnitude desses anjos em forma de mulheres na Terra, sejam elas mães biológicas ou de criação, sejam elas avós que se tornam mães, tias que se tornam mães, filhas que se tornam mães, existe um grande e seguro referencial para nós, um exemplar de maternidade que nos dá força e nos protege, que faz de nós, mães ou não, filhas amparadas no seu amor maternal: Maria.
Maria é o grande exemplo de mãe que nós, mulheres, devemos seguir.
Um amor incondicional, que mesmo nas mais tenebrosas dores do Calvário, tendo seu único filho ao martírio cruel, rogou a Deus por misericórdia e confiou Nele.
Fico pensando como deve ter sido Maria. 
Como deve ser Maria...
Como devem aqueles olhos angelicais de madona, envoltos em brandura celestial. Olhos estes que tanto choraram, mas que se elevaram aos Céus em busca do Socorro Divino.
Como seria sua palavra, doce e amorosa, amiga e companheira. Palavra esta que confortava, mas sabia silenciar em momentos onde a voz do coração ecoava nas almas.
Como seriam suas mãos, leves e curadoras, sutis e balsamizantes. Mãos estas que acolheram Jesus quando ainda se fazia um bebê indefeso, necessitado de seu amor infinito, benção do caminho da vida, do começo de tudo.
Mãos estas que uniram-se em prece quando nada mais parecia fazer sentido. Quando a dor sufocou e as mãos, unidas num gesto de desespero apertavam-se pedindo por nós.
Como seria seu sorriso, generoso e sincero, radiante e claro como o raiar do dia. Sorriso este que muitas vezes se estampou na face, mesmo quando o coração chorava dilaceradamente.
Maria, nossa mãezinha querida, mãezinha de Jesus.
Qual de nossas mães não haverá de ser uma Maria?
São elas que sorriem quando querem chorar, são elas que nos ninam quando querem dormir, são elas que falam quando silenciamos.
Olhemos para nossas mães e pessoas que nos inspiram figura maternal... 
Oremos por elas e que possamos reconhecer no sorriso de cada uma o amor de nossa mãe Maria!
Feliz dia das Marias!

domingo, 29 de abril de 2012

Chico, eterno!




Que eu não perca….
Que Deus não permita que eu perca o ROMANTISMO,
mesmo sabendo que as rosas não falam…
Que eu não perca o OTIMISMO,
mesmo sabendo que o futuro
que nos espera pode não ser tão alegre…
Que eu não perca a VONTADE DE VIVER,
mesmo sabendo que a vida é,
em muitos momentos, dolorosa…
Que eu não perca a vontade de TER GRANDES AMIGOS,
mesmo sabendo que, com as voltas do mundo,
eles acabam indo embora de nossas vidas…
Que eu não perca a vontade de AJUDAR AS PESSOAS,
Mesmo sabendo que muitas delas são incapazes
de ver, reconhecer e retribuir, esta ajuda…
Que eu não perca o EQUILÍBRIO, mesmo sabendo
que inúmeras forças querem que eu caia…
Que eu não perca A VONTADE DE AMAR,
mesmo sabendo que a pessoa que
eu mais amo pode não sentir o mesmo sentimento por mim…
Que eu não perca a LUZ E O BRILHO NO OLHAR,
mesmo sabendo que muitas coisas
que verei no mundo escurecerão os meus olhos…
Que eu não perca a GARRA,
mesmo sabendo que a derrota e a perda
São dois adversários extremamente perigosos…
Que eu não perca a RAZÃO,
mesmo sabendo que as tentações da vida
são inúmeras e deliciosas…
Que eu não perca o sentimento de JUSTIÇA,
mesmo sabendo que o prejudicado possa ser eu…
Que eu não perca o meu FORTE ABRAÇO,
mesmo sabendo que um dia os meus braços estarão fracos…
Que eu não perca a BELEZA E A ALEGRIA DE VIVER,
mesmo sabendo que muitas lágrimas brotarão dos meus olhos
e escorrerão por minha alma…
Que eu não perca o AMOR POR MINHA FAMÍLIA,
mesmo sabendo que ela muitas vezes
me exigiria esforços incríveis para manter a sua harmonia…
Que eu não perca a vontade de DOAR ESTE ENORME AMOR que existe em meu coração,
mesmo sabendo que muitas vezes ele será submetido e até rejeitado…
Que eu não perca a vontade de SER GRANDE,
mesmo sabendo que o mundo é pequeno…
E acima de tudo…
Que eu jamais me esqueça que Deus me ama infinitamente!
Que um pequeno grão de alegria e esperança dentro de cada um
é capaz de mudar e transformar qualquer coisa, pois…
A VIDA É CONSTRUÍDA NOS SONHO
SE CONCRETIZADA NO AMOR!


Amigos, hoje só as palavras desse anjo bom de Jesus para trazer alguma candura!
Chico, obrigada por cada obra sua, obrigada por cada palavra e por ser um exemplo de amor incondicional, que vive em meu coração como uma certeza infinita da confiança em Jesus e na Glória de Deus!
Esse texto é um dos meus preferidos, reflitam nele, é belíssimo!
Fiquem na paz de Jesus!
Chico, obrigada, eu amo você!


quinta-feira, 26 de abril de 2012

Sorriso do Eterno

Eu tinha pensamentos engolfados em dúvidas, desarmonia, medo.
Eu tinha um coração machucado, uma incerteza inóspita de doçura, um olhar pesado sob o peso de mim mesma.
Mas eu vi despertar um sorriso em mim, quando olhei para o Céu e entendi que somos parte de tudo aquilo que é Você.
Então eu olhei mais um pouco e vi Seu Filho Maior...
Então Ele me fez sorrir mais.
Confiei aos Teus Pés, Jesus, meu coração sangrando, amargurado e pesado dos meus próprios fardos. Sou um espírito errante que busca socorro no Teu Abraço de Amor.
Então, uma grande força se fez dentro de mim. Ali estava ela, sempre esteve, mas agora desperta, límpida e pura: a fé.
A fé que me faz andar confiante em meus passos sob o Seu Olhar Amoroso.
A fé que me faz entregar a minha dor a Ti.
A fé que me traz esperança e confiança no porvir.
O infinito não é nada diante do Seu Amor, Jesus.
Agradeço, hoje, por tudo quanto passei, pois sei que foi necessário ao meu crescimento.
Muitas provas virão, tempestades, ventos, trovoados e espinhos sem fim.
Meu coração continuará sangrando, mas será sempre entancado pelas Suas Mãos Bondosas.
Entreguei meu coração a Jesus e hoje ele floresce de esperança, confiança, fé e amor.
Cada dia um pouquinho, sempre em busca do Sorriso do Eterno.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Os responsáveis

Cada amanhecer, um novo dia.
Mas não são todos os dias que nos sentimos como novos, não são todos os dias que nos sentimos privilegiados por estarmos vivos. Viver ainda parece muito difícil.
Nossa paciência, nossa confiança, nosso amor e nossa fé são postas a prova todos os dias. Seja pelos pequenos martírios diários e silenciosos dos nossos corações, ou pelas grandes provações nos campos da saúde, afetivo, familiar e outros.
Alguns dias acordamos mais cansados do que fomos dormir, sob o peso dos dias difíceis, das contas a pagar, das dívidas materiais e das dívidas morais para com os outros e para com a gente mesmo.
Nós nos cobramos e ao mesmo tempo indagamos porque certas coisas parecem só acontecer com a gente.
Porque quando a gente acha que está tudo certo, acha que está aprendendo algo, a vida vem e surpreendentemente dá um "looping". Tudo vira de ponta cabeça e a gente se pergunta " por que comigo, Meu Deus?".
Nada nessa vida é por acaso. Já ouvimos muitas vezes em nossas vidas o ressoar da sabedoria popular quando nos diz " Não cai uma folha de uma árvore de Deus não quer".
Isso é verdade, mas a "culpa" de tudo não é de Deus. Ele apenas permite que passemos por aquilo que for necessário para o nosso crescimento pessoal, moral, afetivo e dessa forma, espiritual.
Se não fosse necessária a prova, Deus seria o primeiro a impedir que ela acontecesse, não é mesmo? Ele já não nos livrou de cada coisa que constantemente dizemos " foi a Mão de Deus que me ajudou naquela hora".
Nós temos que parar de jogar as responsabilidades dos nossos atos em Deus. Ele é Pai Amoroso e Mãe Amiga, que nos auxilia e só permite aquilo que é necessário para nós.
O que acontece a nossa volta e principalmente, o que acontece conosco mais estritamente é de nossa responsabilidade, pura e unicamente.
Nós atraímos seja nessa vida ou em outra, seja em ações, palavras ou pensamentos, tudo aquilo que nos cerca, tudo aquilo que nos acontece.
Nós somos os maiores responsáveis pelas nossas vidas. Deus é nosso Guardião Maior, é aquele que nos observa e permite que vivenciamos cada qual as experiências necessárias para seu espírito.
Jesus é nosso Mestre Amigo que esteve entre nós para nos dar um mapa seguro de nossas ações e pensamentos, para possamos viver no bem e atrair coisas boas para nós.
Porém, somos falíveis, espíritos errantes e imperfeitos. E muitas vezes nos deixamos seduzir pela ideia de que está tudo "nas mãos de Deus".
Sim, nós temos uma programação espiritual, que nós mesmos escolhemos para nós, auxiliados pelos Espíritos Superiores, onde traçamos pontos mais importantes que deveríamos vivenciar enquanto encarnados. Mas, isso não poda o nosso livre arbítrio;  ao retomarmos a roupagem terrena, nós nos esquecemos basicamente de algumas coisas e nos deixamos nos enveredar por caminhos obscuros.
O espírito sempre conserva no íntimo as doces e elevadas impressões do seu verdadeiro caminho. É o que costumamos chamar de intuição. Assistidos pelos nossos mentores, eles nos ajudam a entrar em contato com a nossa verdadeira essência para que possamos ter acesso as verdades mais claras e lúcidas em nós.
Quando vamos contra nossa essência, vem a depressão, a tristeza, a revolta e acusamos Deus, como se Ele fosse o algoz impiedoso das nossas amarguras.
Nesses momentos devemos parar e refletir " O que fiz para atrair essa situação para minha vida? Que ações e pensamentos poderei ter cultivado para que isso acontecesse?".
E se não encontramos respostas plausíveis nesta existência, tenhamos a certeza de que a vida não acaba com a morte do corpo físico e de que nós somos espíritos eternos, que vivenciamos muitas existências.
Devemos nos olhar no espelho de nossas almas e dizer " Mea Culpa". Mas não uma culpa ruim, mas reconhecer que nós, somente nós, somos os responsáveis por tudo que nos acontece.
Não são os outros, não é Deus, nem os espíritos bons ou incompreendidos.
Pensando dessa forma, seremos capazes de compreender que somos responsáveis e merecedores das maravilhas que nos cercam, assim poderemos cultivar os bons pensamentos e as boas ações, agradecendo a Deus e a Jesus, por termos novas oportunidades todos os dias.
Nascemos e renascemos com o Sol. Somos astros imortais e iluminados, buscando a órbita perfeita de Jesus, dentro deste Universo Maravilhoso chamado Deus!

terça-feira, 17 de abril de 2012

O Sol

Eis que o coração encontrava-se novamente num mar desventurado dos sonhos desfeitos.
Não cabia a ele agora pensar em si. A tristeza apareceu, como uma nuvem que deseja esconder o Sol.
Os dias não são fáceis e a Terra não é o Éden esperado por nós.
Os olhos encontram as lágrimas. "É difícil" dizemos quase nem poder falar.
Dói, eu sei. Dói muito.
Mas não podemos nos entregar. A dor é o bálsamo do espírito errante. A dor é a consolação do  espírito devedor.
Pagamos com a dor íntima, com martírios silenciosos do nosso dia a dia as nossas faltas para com a justiça e a confiança em Deus.
Eleva teu pensamento a Jesus e encontrará a mão que enxugará o pranto, o sorriso que confortará o coração, a palavra que serenará a alma.
Esperança! Tende esperança nos dias porvindouros.
O que é esta pequena nuvem diante do glorioso Sol?
Pode ser um pequenino descuido do destino, mas não impedirá que ele brilhe sempre mais.
Os dias nascem novos, como páginas em branco onde poderemos depositar a tinta abençoada de nossas boas ações.
Aproveitemos as novas oportunidades.
Olhemos a vida com olhos limpos de lágrimas.
O pranto seca quando o coração está em paz. E só nasce novamente de fontes puras de alegrias celestes.
Confia, alma amiga.
Coragem! Pois as nuvens existem, mas o Sol é maior é grandioso.
Jesus, seja Nosso Sol Eterno e brilhe dentro de nossos corações, iluminando tudo e irradiando sua paz, confiança e esperança para que um dia voltemos a sorrir o sorriso da alma.

domingo, 8 de abril de 2012

Mensagem da Páscoa - Jesus, simplicidade e amor


Esses dias que antecedem a Sexta Feira Santa e a Páscoa são de grande comoção. Por mais que as datas talvez não sejam essas exatamente, sentimos no ar toda a vibração que emana dos corações.
No domingo de Páscoa comemoramos a ressurreição do Cristo.
E é nesse ínterim que devemos refletir sobre a mensagem de Jesus.
Ele, espírito elevado, sublimado, que se fez em carne, que desceu das elevadas moradas da Espiritualidade para nascer numa simples manjedoura, ser humildade carpinteiro.
Não poderia ele ter nascido entre os nobres, ter sido um rei valoroso?
Mas se tentarmos ver com os olhos do coração, entenderemos que a mensagem do Mestre é infinita e sempre surgem novas nuances aos nossos espíritos sofredores.
Jesus esteve entre os humildes e pequeninos, para nos mostrar que é nas coisas simples que se encontram os momentos de felicidade. Não é no ouro, nas glórias terrestres, nem na satisfação pessoal.
Jesus esteve entre os miseráveis, os doentes, mendigos, crianças desamparadas e mulheres errantes para nos mostrar que não devemos julgar a ninguém.
Jesus pereceu na cruz mas ressurgiu para nos mostrar o verdadeiro significado de tudo isso: a morte não existe, é apenas uma passagem. Ele veio dos "mortos" para nos mostrar que nosso corpo carnal perece, mas o espírito é eterno. Jesus veio nos mostrar que por mais errantes que possamos ser, sempre há uma esperança. A vida se renova, surgem novas oportunidades para nós, espíritos arrependidos e sedentos do Seu Amor. Mostrando-se para Maria de Magdala, posteriormente para os apóstolos e depois a viajantes, Ele nos trouxe a Divina Mensagem da vida após a morte.
Nós estamos aqui na Terra de passagem. É bem verdade que temos sérios desígnios e provações a cumprir, mas a vida aqui é apenas um segundo na eternidade.
Jesus sabia que nós, espíritos errantes, ainda aprendemos pela dor e não pelo amor, e assim entregou-se ao caminho do Gólgota no amor imenso que há em Seu Coração Divino.
Que a comoção que os traz o dia de hoje possa nos fazer refletir que necessitamos seguir a nossa própria estrada. Cada qual também tem sua cruz e o seu Calvário, ainda que seja miserável se comparado ao do Mestre. Mesmo assim, cabe a nós fazer o que nos é devido buscando reacender todos os dias a chama Divina de Jesus em nossos corações.
Que Jesus possa renascer todos os dias em nossos corações e se fazer cada vez mais vivo dentro de nós!
Que possamos deixar a tristeza, das mágoas, do rancor e da raiva e dessa forma, renascer no amor, no perdão, na compreensão, na simplicidade, na resignação, na serenidade.
Que possamos compreender e assimilar em nossos corações e espíritos a mensagem do Humilde Carpinteiro, do Menino de Nazaré, do Filho do Homem, Filho de Deus Vivo, do Divino Crucificado. Ele que esteve entre nós, se fez humano entre os pequeninos para nos ensinar as suas benditas lições que devemos seguir com amor , confiança e esperança.
Jesus, Mestre Amoroso e Querido, ampara-nos nos martírios edificantes do espírito, auxilia-nos nas provas da vida, dá-nos o seu amor incomensurável, sua verdade e sua glória. Sede nosso pastor e assim seremos ovelhas mansas e benditas de vosso coração. Guia-nos nos suplícios, inspira-nos serenidade, confiança e esperança nos dias futuros. Que possamos ser úteis e laboriosos em sua seara de amor. Fazei-nos instrumentos da sua mensagem. E entende sobre nós o Seu Amor Maior, para que um dia, possamos chegar até vós.
E que possamos compreender e aceitar os Teus Santos Desígnios.
Que assim seja por todos os dias.


"Seja feita a vossa vontade, assim na Terra como nos Céus." 

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Sexta Feira Santa e as bençãos de Jesus


Há alguns anos a Sexta Feira Santa ou Sexta Feira da Paixão costumava ser um dia de lágrimas e sofrimento para mim.
Não consigo explicar a sensação que me tomava, sei que desde ao acordar, sentia o coração oprimido e a garganta afogada em pranto.
Lembro-me que a sensação piorou logo após um sonho meu, o qual eu presenciava a crucificação de Jesus.
Até hoje sinto o coração de certa forma enlutado. Depois que me encontrei no Espiritismo e passei a ler com frequência os romances históricos de Emmanuel, que relatam em muitos detalhes e emoção os momentos de agonia do caminho do Gólgota, do dia do Pentecostes, as narrativas me sensibilizava ainda mais.
Chorava ao pensar que o nosso amado Mestre Jesus teria sofrido agonias atrozes pelas mãos de verdugos cruéis. Como poderiam eles colocar o Filho de Deus, o Cordeiro de Amor e Paz numa cruz infame? Como teria sido sua dor, negado pelos apóstolos, traído, tendo sido vítima de uma massa de insanos e enfurecidos, que nem sequer sabiam o que estavam fazendo, condenando o Maior Homem que já passou pela Terra?
Sentia-me qual viúva enlutada e revoltada com a dor. Sofria o dia todo. Recolhia-me em prece e textos tristes e dolorosos, tentando aliviar a sensação.
Confesso aos amigos que mesmo hoje, pensando nos martírios de Jesus, meu coração se oprime um pouco e sei que muitos amigos e amigas, espíritos mais sensíveis até, se emocionam muito com a comoção que essa data traz as nossas lembranças de outras vidas.
Mas essa Sexta Feira Santa tem sido mais amena. Procurei entender e estudar mais o sentido da Páscoa para a Doutrina Espírita e foi com grande conforto que encontrei a consolação em novas visões para esses dias tão sensíveis.
Hoje, vejo a data do Calvário como uma grande luz que o Mestre, em sua infinita bondade e misericórdia, se propôs viver, porque nós, espíritos ainda em evolução, não somos capazes de compreender apenas pelo amor. Seria preciso que Jesus se fizesse homem entre nós, descesse do mais absoluto e elevado plano da Espiritualidade para se fazer humilde carpinteiro entre os homens cruéis e sem compreensão. Ao se fazer humano, o Mestre se fez humilde e piedoso e dessa forma nos sentimos mais próximos Dele. Sabemos que Ele esteve aqui, que conviveu com as misérias dos nossos corações viciosos e forjados no erro e mesmo assim, entregou-se ao testemunho de fé, para nos fazer compreender a maior lição de todos os tempos: a morte é apenas uma passagem. A morte não existe. O que existe é o adeus ao corpo carnal, mas o espírito é eterno e é ao se desprender da matéria que começa a nossa Verdadeira Vida, nas moradas do Pai Celestial.
O dia de Pentecostes, assim como o sábado de Aleluia e o Domingo de Páscoa são dias em que devemos refletir mais ainda na mensagem de Amor e Perdão que o Cristo no deixou.
É a esperança que nada acaba com a morte, por isso Ele mesmo voltou e se mostrou, primeiro a Maria de Magdala, que por seu Amor Devotado a Ele saberia compreender a perfeição da aparição de Jesus, e posteriormente Ele se mostrara aos apóstolos e depois ainda a viajantes.
Nessa época devemos procurar entender que Jesus ressurge, mais vivo do que nunca, trazendo-nos a perfeição, a beleza e a compreensão da sua mensagem Divina. O amor, o perdão, a esperança, a fé, a caridade, a humildade, a resignação, a compreensão.

Somos chamados a compreender que nós também temos o nosso caminho do Gólgota e a nossa cruz para carregar, mas felizmente temos o apoio do Divino Crucificado em todos os momentos de nossa vida e após ela também.

É por isso que hoje, na confiança sincera da Mensagem de Jesus na Terra, procuro manter o pensamento elevado e confiante, certa de que Ele me auxiliará assim como estende suas bençãos infinitas sob todos nós e sob o nosso lindo Planeta Terra.
Aqueles que sofrem, que possamos ser qual Maria, Divina e Santíssima, que mesmo tendo seu filho na cruz, elevou o pensamento e a confiança a Deus Pai Todo Poderoso. Que possamos encontrar na oração e no Evangelho do Divino Cordeiro de Deus toda confiança, amor, esperança, resignação e paz que nosso espírito necessita. E que possamos caminhar na direção do Amado Carpinteiro, do Filho de Deus Vivo, do Consolador Divino, Mestre de Amor, Jesus de Nazaré.




" Em verdade, em verdade vos digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." 


PS: Amigos, sei que a figura de Jesus e inimaginável aos nossos olhos, mas quis colocar essa representação de como ele seria sorrindo, se pudéssemos vislumbrar, para que possamos ter uma mensagem de alegria e paz. 

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Testemunhos diários da fé

Hoje eu me peguei numa situação muito chata e a minha primeira reação não foi a fé, a reflexão ou a confiança em Jesus.
Sinto-me envergonhada. Mas felizmente, alguns momentos depois, sob a luz dos conselhos dos amigos espirituais e as bençãos do Evangelho, encontro-me mais calma.
Alguns podem julgar-me e dizer que encontro-me dramática e sensível. Ora, reconheço sim que existem atitudes que devem ser pensadas, mas o medo é mau conselheiro.
O medo da cirurgia, por mais simples que seja, de ficar inconsciente, do que pode acontecer, são sensações que por mais que eu esteja procurando me espiritualizar, parecem vir como tentativas de queda pra mim, para que dessa forma eu fique revoltada, triste, chorosa, questionando aquela triste sensação de que quando tudo parece estar dando certo, algo dá errado.
Mas são esses os testemunhos de fé diários que Jesus nos pede.
Ele não quer que nos joguemos aos leões, ele não quer que tracemos uma Via Crucis impossível, ele não quer que nos queimemos no azeite ou nas fogueiras impiedosas para provas o nosso amor a Ele.
Ele quer que pratiquemos no dia a dia a nossa confiança no seu Evangelho de Amor, na Sua Palavra Salvadora.
Não é fácil mesmo, parece que essas pequenas coisas vem para nos testar, mas aí que devemos ter calma, respirar fundo e entender, que são esses nossos testemunhos diários de confiança e esperança.
Em curtos instantes da minha indignação mal pensada eu questionei se tinha alguma utilidade aqui na Terra, se não seria mais fácil pagar o que me resta do lado de lá. Pura falta de fé e provação da minha infantilidade espiritual.
Ainda sou uma pequena criança tentando buscar a compreensão nos caminhos do Cristo. Sinto-me envergonhada pela minha curta falta de fé, mas que felizmente foi restabelecida pela reflexão das minhas palavras a atitudes mal pensadas e pelo doce sopro dos amigos espirituais, que me orientaram na leitura do Evangelho.
Por menores que pareçam aos outros, nossos medos, para nós, parecem gigantes famintos e insaciáveis da nossa revolta, de sentimentos pequeninos e medíocres. Mas felizmente o Amor e a Fé que Jesus nos ensinou é a maior força dentro de nós.
Assim, peço perdão a Jesus por esses momentos de fraqueza e a minha mãezinha, que com brincadeiras bobas, devo tê-la deixado preocupada e triste.
Que não me falte a fé nos pequenos momentos do dia a dia, mas que nem por isso deixam de ser mais determinantes na nossa trajetória terrestre.
Que a luz do Mestre Jesus se faça forte e imortal no meu coração, assim como hoje no meio da dificuldade interna, pude perceber que sim, o Mestre Querido, o Profeta de Nazaré, é minha maior força de todas.
Obrigada Jesus, por mais esse ensinamento diário.
E obrigada aos amigos espirituais que me intuem, que me ajudam no meu miserável caminho do Gólgota, mas que é coroado de flores, amigos queridos, luzes infindáveis e o Amor Soberano de Jesus

quinta-feira, 22 de março de 2012

Confiança, fé e serenidade


Consolo, refúgio, paciência, serenidade... Tudo está em paz.
Eu poderia estar me descabelando, me perguntando o por que de certas coisas, mas não.
Aprendi com o Espiritismo e com as lições que ele me trouxe e me traz, que existem fatos maiores que a nossa vontade. Os desígnios de Deus para nós são mais importantes que nossos miseráveis anseios e dúvidas concomitantes.
O chamado do espírito é vontade imperiosa da necessidade em se fazer ouvir os apelos do Cristo.
É claro que os caminhos são difíceis, a porta é estreita e as lágrimas são abundantes, mas o que esperar desse planeta de expiações onde o próprio Mestre querido encontrou o calvário e a injúria?
Não devemos também pensar que só de dores são feitos nossos dias. Há, felizmente, que procurarmos o equilíbrio em tudo que fazemos. Se algo está desequilibrado, devemos mudá-lo.
Hoje, sinto-me fortalecida para encarar o caminho por mim traçado, nos liames do espírito unido ao Salvador , encontro um banquete de serenidade, confiança e esperança para as mágoas do coração.
Aqui na Terra somos tal qual pequeninas aves, que depois de aprendermos a esticar as asas, voaremos para nosso verdadeiro lar, sob a proteção e luz do Divino Mestre Jesus.
Não que não soframos, mas aprendamos a encarar o sofrimento como bálsamo confortador para a evolução terrestre e assim, semearemos junto aos nossos irmãos a confiança na Providência Divina.
Há muito para ser lapidado, ainda nos encontramos qual pedra bruta, necessitados da lapidação das provas impostas por nós mesmos e assinadas pelo Divino Criador.
Nada passamos aqui que não sejamos capazes de suportar.
Deus não está tão longe assim, porque dentro de nós existe um pedacinho de Deus, nosso Pai e Mãe Maior, de infinita bondade, que nos criou para que possamos aprender e acima de tudo, sermos felizes.
Que possamos buscar nas lições diárias a força, a fé, a coragem e a redenção que nos resultara na bem-aventurança dos dias porvindouros. E que saibamos valorizar as oportunidades de crescimento e de luz que o Criador nos oferece todos os dias.
Assim, que Jesus seja nosso guia maior, nosso irmão e amigo, nosso conforto, nossa paz e amor, por todos os dias de nossas vidas e depois.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Neméria e Jesus

Escrevi esse texto em 14/07/2011, após ler "Há Dois Mil Anos". Numa doce inspiração, gostaria de dividir esse pequeno conto com vocês, amigos de jornada.



Ao longe se observava uma multidão aglomerada e volumosa. Neméria passava tentando desviar suas vestes luxuosas daqueles maltrapilhos que a cercavam. Fora ao mercado porque era extremamente necessário para ela encontrar unguentos que a sua escrava dissera que afastariam a velhice.  Aos vinte anos a preocupação com a velhice deveria ser apenas uma cogitação futura, mas a vaidosa patrícia romana, passando uma temporada na Galileia com a sua família tinha necessidade de cuidar de suas futilidades.
Porém, uma voz suave e branda envolveu os pensamentos da jovem vaidosa. Ela olhou para os lados e viu que a voz vinha do meio daquela multidão de maltrapilhos. Fez sinal para que suas escravas lhe seguissem e uma delas lhe disse.
- Senhora, os unguentos ficam para lá.
- Calada e me siga.
Aos poucos , sem se importar se suas luxuosas vestes esbarravam nas vestes maltrapilhas dos miseráveis que estavam ali, Neméria ia adentrando a multidão que estava parada para ouvir um homem. A moça chamava a atenção com suas vestes finas no meio de todos, mas ela estava tomada de um imenso magnetismo que fluía da voz daquele singelo homem que falava com a maior brandura de seu coração.
Ela parou e observou. Ele tinha uma beleza modesta e iluminada, os olhos muito puros, fitando os primeiros raios do crepúsculo que surgiam. A barba no rosto simples e os cabelos muito macios e brilhantes cobriam-lhe os ombros. Havia uma paz em seu sorriso terno e uma  misericórdia imensa em casa olhar daquele pobre homem que usava apenas uma túnica modesta, porém muito limpa.  Ao redor dele estavam os páreas da sociedade, prostitutas, velhos centuriões deserdados, mendigos, maltrapilhos, crianças famintas, famílias pobres e todo o tipo de gente coberta pelas chagas do esquecimento e da pobreza. Nas palavras daquele homem puro, simples, verdadeiro e iluminado eles encontravam o pão de suas pobres almas caídas e esfarrapadas. Nos seus ensinamentos de amor e piedade eles bebiam a esperança de um amanhã promissor, embalados no colo de um Pai de amor, num reino Divino e onde todos seriam iguais perante aos olhos desse pai bondoso e que os amava, mesmo que a sociedade os tivesse esquecido.
E a cada palavra desse homem tão sincero, a cada palavra profunda de amor e caridade que ele dizia, os olhos da jovem Neméria se desfaleciam em lágrimas. O que eram os títulos de sua família, de seu pai, suas jóias e seus poderes sendo que jamais, em sua vida ela teria demonstrado um mínimo sentimento de piedade ou compaixão por qualquer um que fosse?
Sentia sua vaidade ser dilacerada pelas palavras da verdade e da honestidade, sentia-se a última das criaturas, a mais pobre de todas ali, porque sua pobreza era a de espirito.
E aquele homem, aquele homem puro e honesto entendendo que o orgulho e o ego da jovem patrícia havia desaparecido daquele coração pobre e corrompido, olhou-a profundamente e disse:
- Amará a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a ti mesmo.
E sorriu um sorriso singelo, profundo e querido. O magnetismo dele fê-la cair de joelhos e chorar. As servas mal entendiam.
Ele se levantou, abaixou e levantou-a, segurando pelas mãos.
A patrícia orgulhosa agora chorava mais, era apenas uma criança perdida no mar de suas desilusões.
Ele olhou profundamente nos olhos dela e nada disse. Ela, recuperando as forças que haviam restado disse-lhe:
- Tenho muito a aprender sobre o amor.
Ele soltou-a e voltou ao seu lugar. Ela entre lágrimas e sorrisos da alma, beijou-lhe a mão e foi-se embora.
Depois daquele dia a jovem e orgulhosa Neméria nunca mais fora a mesma. Desde o dia em que ela, uma jovem patrícia desorientada, vaidosa e orgulhosa deparou-se com ele, o homem que mudaria toda sua vida, o filho de Deus Vivo na Terra, o Bem Amado, o Filho de Maria, a Luz de Todos Os Tempos. Ele, Jesus. 

terça-feira, 20 de março de 2012

Daí que eu estava aqui, lamentando a minha intensa dor de garganta quando me deparo com uma foto de uma pequena menina, de uns três anos, carequinha, vestida de princesa, com o sorriso mais lindo desse mundo.
Pranto copioso e envergonhado desceu sob a minha face e eu só sabia pedir perdão a vós, Mestre Jesus, por eu ser tão pífia, egoísta  e sofrer por essa dor miserável, quanto a pequenina criatura aguenta os fardos da expiação com sorriso louvável.
Eu me sinto a últimas das criaturas quando me pego nessa mesquinhez. Como somos imperfeitos e tortos, Senhor...
Mas ainda sim, mesmo com toda vergonha, rogo a ti, de joelhos em espíritos o vosso perdão de luz, a sua força para que dia após dia eu possa me livrar dos antigos conceitos e enxergar com mais claridade, ainda que esse olhar seja acompanhado de lágrimas vertiginosas frente ao meu comportamento miserável perto de ti, Jesus querido.
Não me abandones. Mas fortalece aquela pequenina, que me mostrou num sorriso em meio a escuridão que o Senhor jamais nos abandona.

terça-feira, 13 de março de 2012

Clamor ao Mestre...

Jesus, que somos nós, filhos extraviados do perdão, crianças mendigando vosso amor, velhos perdidos em remorsos e mágoas...
Jesus, dá-nos seu amor, Mestre. Não nos abandoneis a própria sorte difícil que escolhemos.
É só em busca de Teu Abraço Eterno que temos vivido.
Quantos caminhos de engano, quantas misérias não acumulamos em nossas vidas, quanta tristeza, Pai, quantos arrependimentos...
Se pudéssemos ver com Seus Olhos Amorosos, se pudésseis segurar a nossa mão frágil e pequenina, diante da Sua de tantas bençãos e amor. Que fizemos nós? O que deixamos nós em nossa miserável existência?
Mágoas, ressentimentos, dor, revolta, saudades doloridas de tudo que não foi e achamos, em nossa pequenez, que devia ter sido.
Ampara-nos, Mestre, pois é por Teu amor que mitigamos a nossa existência vazia e sem sentido sem tua benção!
Depositamos aos seus pés, de joelhos cansados e machucados, nossas aflições, nossas dores e pedimos: Olhai por nós, Jesus. Sem ti nada faz sentido aqui.
Deixa-nos beijar Tuas Mãos Bondosas, permite-nos seguir Teu Coração Divino. Ainda que caminhemos pelo vale das sombras, ainda que recaiam coroas de espinhos em nossos corações, seguiremos com o espírito envolto de amor e paz.
Jesus, Mestre Amigoo, ouvi nossa prece...

Sobre perdão, provações, sofrimentos e o amor de Jesus

Senhor, quantas são as provações em nossas vidas! Quanto sofrimento, lágrimas, mágoas e rancores.
Senhor, se pudéssemos entender que todos esses difíceis caminhos, que toda a dor e sofrimento são provações escolhidas por nós, tão necessárias ao crescimento do espírito...
Nos deixamos embrenhar na relva no orgulho, nós amarramos as mágoas do passado e permitimos que o espinho do egoísmo e do rancor envenene nosso coração.
Como é difícil confiar, Pai.
Como é difícil mudar as impressões, aparência, como é difícil dar uma segunda chance aquele que tanto nos fez sofrer, que tantas lágrimas arrancou de nossos olhos...
Mas estamos todos juntos, devedores da Justiça Divina, pagando dia após dia aquilo que está nos planos de Deus.
Devemos encarar nossos sofrimentos como benção. Já disse o "Evangelho segundo o Espiritismo", que todo aquele que sofre deve agradecer, pois tem no sofrimento uma moeda de troca para sua redenção futura.
Tal qual o homem que deve muito dinheiro ao banco e cansado de fugir de seus cobradores, se presta a pagar aquilo que deve, mesmo que infinitas prestações de um dinheiro que até poderá lhe fazer muita falta, mas que no futuro lhe será de grande alívio ter sua divida quitada.
Somos nós os homens devedores, e pagamos com sofrimento as nossas faltas passadas, as injustiças que cometemos.
Vigiemos, amigos, para que não acumulemos mais dívidas. Perdoar é difícil, mas com o decorrer dos dias, se buscarmos na oração e na fé o nosso consolo, poderemos aprender a perdoar, dia após dia, cada vez um pouquinho mais.
Deixemos que o tempo e a palavra de Jesus cure as chagas que o orgulho e a revolta abriu em nossos corações.
Devemos nos permitir sermos imperfeitos, mas principalmente, permitir que os outros também sejam.
Vamos abrir o nosso coração para Jesus, agradecendo, diariamente a dádiva da reencarnação, a benção de poder estar aqui novamente, ainda que com dificuldades, acertando nossas dívidas, retomando o caminho do amor, da caridade e do perdão.
Senhor, ajuda-nos a compreender que nenhum sofrimento é em vão, que as lágrimas derramadas por nós são nutrientes que deixamos no solo da esperança para fertilizar a bondade e as alegrias do porvir.
Que possamos perdoar, dar novas chances. Acaso não necessitamos de perdão? Acaso não necessitamos de novas chances em nossas vidas?
Que possamos ver irmão, o amigo, a companheira, o reflexo de nossas ações, que possamos perdoá-los porque nós também trouxemos sofrimentos a eles. Que possamos olhá-los com amor que olharíamos nosso Senhor Jesus e dizer " Estamos juntos na dor porque a vida nos permitiu assim. Vamos lutar nas forças do amor e do perdão para que possamos cumprir aquilo que nos propomos e todos seremos felizes".
E que andando um passo de cada vez nos caminhos benditos de Jesus, nós possamos alcançar sua Paz e Seu Amor.

"Vinde a mim todos vos que sofreis e eu vos aliviarei".

segunda-feira, 5 de março de 2012

Nos caminhos de luz

A mente reluta, o espírito se oprime.
A mente julga, o espírito entristece.
A mente desvia, o espírito procura.
A mente trai, o espírito perdoa.

Quando o combate entre mente e espírito é selado por nós mesmos, sentimos vazios instantâneos e dúvidas avassaladoras. Ainda não sabemos ouvir o que há de mais essencial em nós.
Porém, felizmente somos intuídos pelos espíritos amigos e ainda que não percebamos, eles nos encaminham para as veredas de Jesus.
Onde Ele nos chamar, nos devemos ir.
Nós devemos escutar o seu chamado e onde Ele estiver, devemos segui-lo. Seja no casebre de barro, até na casa modesta. Nas paredes brancas onde ecoa Seu nome, ou por entre as flores onde ressoam cânticos em Sua glória. Onde estiver Senhor, eu vos seguirei.
Guia-me por entre os arvoredos e também sobre o asfalto. Transporta-me para mundos de luz e que ela se estenda a todos os nossos irmãos. Que eu seja mísero grão de areia na imensa ampulheta do Universo.
O que importa esse mísero grão, dirão alguns. Mas bem o sabemos, Mestre Amigo, que não fosse um pequenino grão, a ampulheta não seria harmônica e o tempo correria sob o caos.
Ninguém nos disse que seria fácil, mas a fé remove todos os obstáculos.
Somos chamados quando estamos preparados segundo a vontade de Deus, por mais que ainda não tenhamos assimilado essa verdade.
Devemos enfrentar nosso orgulho, nossa vaidade, as dificuldades do corpo, do espírito e da mente.
E assim, tudo seguirá conforme os planos de Deus.
Obrigada Senhor, pela lucidez e pela claridade do dia de hoje.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Sobre sonhos, comunicações e ajuda

Tenho pensado: até que ponto vai nossa capacidade de ajudar? Até que ponto vai nosso envolvimento com uma pessoa que teoricamente já "saiu" de nossas vidas? Até que ponto os sonhos são alertas, mensagens, sinais?
Tenho sonhado muito com uma pessoa que já se foi dessa existência. Sonhei uma vez com ele, logo após o seu desencarne. Um sonho lindo, verdadeiro. E agora, em um curto espaço de tempo, os sonhos voltaram, mas ele não aparece nos sonhos. Mesmo assim, sei que tenta se comunicar. Estranho pensar que não fomos extremamente próximos...
Fico pensando: como posso ajudar você? O que você quer me dizer? Quer falar algo pra alguém?
Imagino que deva ser profundamente angustiante quando os desencarnados tentam se comunicar e as portas parecem todas fechadas. Sei que existe hora certa pra essas comunicações, que vai do adiantamento do espírito, da sua compreensão, da sua aceitação e do seu progresso, mas até que ponto o nosso entendimento como encarnados, o nosso discernimento e compreensão podem ser responsáveis pelo sucesso dessas comunicações? Será que eles estão só esperando que a gente perceba isso de maneira mais sensível e pare de buscar uma desculpa pro que está exatamente claro e límpido como a água?
Tenho certeza de que você já foi resgatado depois do seu desencarne e imagino que deva ser tudo muito diferente daqui. Mas sei que seu bom humor vai ajudar você...
Eu só queria saber se eu posso te ajudar, se esses sonhos querem realmente dizer alguma coisa... Mas como?

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Tempo

O tempo. Como é carinhosa a força do tempo. Como balsamiza nossas feridas, como acalma os corações, como nos devolve a serenidade.
O tempo tranquiliza, revigora, faz nos ver coisas que antes eram imperceptíveis aos nossos olhos.
Coração. O maior beneficiado pelo tempo.
O tempo nos mostra que o orgulho de outrora era sem sentido, que tudo aquilo que parecia imenso e sem cura, torna-se pequenino, curável, raciocinável.
Hoje vi melhor o poder do tempo. Se antes eu fosse como hoje, teria sido mais serena, menos impulsiva. Mas sei que só o tempo poderia fazer-me assim. Não há do que reclamar. Era o que eu podia enxergar naquela época, era onde minha sensibilidade podia alcançar. Não me martirizo mais, hoje vejo que as coisas são sempre como elas deveriam ser. Que as coisas estão onde devem estar, da maneira como Deus permitiu que fossem. Se  fossem pra ser de outro jeito, Ele seria o primeiro a mudar o curso das coisas.
Por isso temos que aceitar. O tempo é o sopro de Deus. É a mão de Jesus curando nossas feridas, o remédio santo que ele destinou aos homens. Algumas vezes demora mais, mas sempre passa.
Tempo, és meu amigo. Obrigada.

Quando não posso fazer nada...


Existem momentos em nossas vidas que nos vemos impotentes para agir em determinadas situações.
" Não posso fazer nada" dizemos com grande desânimo. São aqueles momentos onde vemos um amigo em dificuldade e não temos como ajudá-lo, quando vemos nossos entes queridos atravessando um mar de angústia e por mais que tentamos pegar a dor deles pra nós, é tudo em vão.
"Não posso fazer nada", dizemos com lágrimas nos olhos, sentindo o peso da impotência.
Como assim "não posso fazer nada"? Posso sim, tenho um grande poder dentro de mim, que é o poder da fala e da oração.
Posso falar com ele, posso conversar. Os conselhos que damos, muitas vezes são irmãos espirituais mais elevados que nos inspiram e palavras de amor e ajuda fluem através de nossos lábios, com a maior facilidade.
Mas existem aqueles que vão dizer " ah, mas não sou bom de conselhos". O conselho vem do âmago, não precisa ser pensado e raciocinado com rigor. São palavras que fluem do nosso coração, da nossa preocupação e boa vontade em ajudar.
Mas se você ainda insiste que não é bom com palavras, existe algo que não falha: a oração.
O poder da oração rompe todas as distâncias, atravessa mares, montes, rui pensamentos negativos, penetra nos corações daqueles que sofrem e lhes fortalece o espírito.
Se você não consegue aconselhar seu irmão, seu amigo, não consegue exprimir em palavras tudo aquilo que deseja, sua vontade em ser útil e seu pesar por não poder ajudar como gostaria, deposite aos pés de Jesus as suas incertezas e certezas. A oração, quando sincera, é bálsamo universal. Toda a espiritualidade se beneficia com o poder da oração.
Não precisamos de fórmulas para orar. As orações já existentes, aquelas que aprendemos na igreja, no centro espírita ou em tantos outros recantos da alma, são muito benéficas, mas não podem ser apenas palavras vãs ditas com a boca, sem o apelo do coração.
Essas orações trazidas por Jesus e por outros irmãos, são um leme, que devem direcionar nosso pensamento e nossa boa vontade.
Mas existe um jeito muito fácil de orar e que as pessoas ainda não perceberam: conversando com Deus.
Sim, conversando com Deus, Jesus, com Mãe Maria, com a espiritualidade. Abrindo seu coração e sua alma. Deus não nos julga, Ele nos ouve e sabe o que vai no íntimo de cada um de nós. Jesus, Ele que já esteve entre os homens, conhece as misérias e aflições do nosso espírito.
Abra seu coração pra Deus, abra seu espírito pra Jesus. Confesse tudo aquilo que vai na sua alma, assim como se faz a um amigo. Jesus é nosso irmão e amigo. Por que ainda não percebemos a proximidade dele conosco?
Ele está presente em tudo em nossas vidas, no ar que respiramos, no alimento a nossa mesa, no sorriso ingênuo de nossas crianças. Ele nos acompanha e sabe das nossas aflições.
A oração ter poder. Restabelece o espírito, acalma o coração, traz conforto e segurança para nossos dias, nos aproxima de Deus e nos dá esperança.
Quando estiveres em momentos de agonia, onde a impotência assolar vosso espírito e dizeis "não posso fazer nada pelo meu irmão, pelo meu amigo", desviai esse pensamento, substituindo assim " posso ajudar meu irmão, se não for com a conversa e os conselhos vindos de meu coração, será com o poder da oração. Obrigada Deus, obrigada Jesus por me darem essa benção de poder orar e auxiliar, ainda que de forma mínima esse meu irmão que agoniza as provas da vida".
Que assim nos possamos ter em mente que sempre podemos ajudar. Não somos justiceiros do mundo, mas somos obras do Mestre Jesus e trazemos dentro de nós a semente maior de seu amor: o poder da oração.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O pedido, o sinal e Andrea Doria

Pedi, pedi, pedi e nada veio.
Um sinal, Meu Deus, um sinal que eu estava no caminho certo.
Nada acontecia.
Eu já era espírita e sabia que a espiritualidade nos ouvia. Pedi pra sonhar com algo que me desse certeza. Eram momentos difíceis os que eu atravessava e eu só queria um sinal de Deus, algo que me desse força, sei lá, eu estava desesperada, buscando um sinal.
Pedi pra sonhar com algo que me desse uma luz, tirei colar, anel, qualquer coisa que impedisse meu espírito de sair do meu corpo ao dormir. Dormi de barriga pra cima pra poder sair com mais facilidade e nada. Orei e nada.
Senti-me perdida. No dia seguinte estava desiludida, sentia-me abandonada a própria sorte e a margem dos meus erros. Jesus, eu havia errado mesmo, mas tinha que ser abandonada? Onde estaria meu mentor, onde está a espiritualidade?
Fiquei triste e desanimada. Nenhum sinal, nenhuma mensagem. 
Então, alguns dias depois, não me lembro exatamente quantos, eu dormi sem rezar, sem expectativa, julgando estar só nesses momentos difíceis.
Foi então que sonhei com a minha avó, minha vózinha querida que eu não conheci, mas que desde sempre me acompanha, vovó Maria Helena.
Sonhei que eu estava numa estação de trem muito agitada e as pessoas passavam tão depressa por mim que eu não podia nem lhes ver o corpo. Era muito rápido mesmo. Então, dentre essas pessoas, minha vó se destacou, mas assim como eles passou muito rapidamente por mim e eu só pude compreender duas palavras "Andrea Doria".
Acordei confusa e feliz ao mesmo tempo. Devia ter estado em algum lugar da espiritualidade, pois sei que lá o tempo passa mais depressa. Tinha visto minha vózinha, Deus é bom mesmo. Senti-me mal em pensar que estava desamparada. Mas e aquelas duas palavras que ainda ressoavam na minha cabeça, o que significariam?
Lá fui eu me utilizar do mais maravilhoso recurso da internet, o Google ( risos).
Joguei "Andrea Doria" e para minha surpresa dei de cara com uma música do Legião Urbana. Na época a única música que eu conhecia do Legião era Faroeste Caboclo. Fui ver a letra.
Deus, Meu Deus, como o Senhor é perfeito. Lágrimas sentidas rolavam pela minha face. Eu lia e relia, relia, relia e chorava. Fazia tanto sentido pra mim, tanto, tanto. Como pude pensar que estava desamparada?
O refrão da música foi o que mais me tocou, era assim.


"Não queria te ver assim
Quero a tua força
Como era antes
O que tens é só teu
E de nada vale fugir
E não sentir mais nada."


Cada vez que eu lia sentia que aqueles dias que eu me senti sozinha eram necessários para minha reflexão. Eu só não podia ter desanimado daquele jeito, devia ter confiado mais em Deus, em Jesus e na Espiritualidade. Nunca estamos sós. Se pedimos um sinal, um auxílio e achamos que não fomos atendidos, é porque precisamos encarar certas coisas nós mesmos, mas isso não significa que estamos desamparados.
Hoje, eu compreendo o porque do aparente "silêncio" que eu recebi quando pedi ajuda e hoje eu esperaria com mais resignação e fé por aquela linda mensagem que Jesus permitiu que minha vózinha amada me confortasse o espírito.
Vim dividir essa experiência com vocês amigos, porque muitas vezes achamos que Jesus nos abandonou. Pedimos e nada acontece, nenhum sinal, as coisas pioram. Mas devemos sempre ter fé, Ele, na sua infinita sabedoria, sabe o que necessitamos mais do que nós mesmos.
Para que vocês entendam melhor como essa linda música tocou meu espírito, posto na íntegra.
Obrigada a Deus por essa luz que carrego até hoje, pela doce lembrança desse sonho com minha vózinha, por permitir que ela esteja sempre ao meu lado e ao Renato Russo, que hoje acolhido na espiritualidade, receba todo o amor de Jesus.

Andrea Doria - Legião Urbana

Às vezes parecia
Que de tanto acreditar
Em tudo que achávamos
Tão certo...
Teríamos o mundo inteiro
E até um pouco mais
Faríamos floresta do deserto
E diamantes de pedaços
De vidro...
Mas percebo agora
Que o teu sorriso
Vem diferente
Quase parecendo te ferir...
Não queria te ver assim
Quero a tua força
Como era antes
O que tens é só teu
E de nada vale fugir
E não sentir mais nada...
Às vezes parecia
Que era só improvisar
E o mundo então seria
Um livro aberto...
Até chegar o dia
Em que tentamos ter demais
Vendendo fácil
O que não tinha preço...
Eu sei é tudo sem sentido
Quero ter alguém
Com quem conversar
Alguém que depois
Não use o que eu disse
Contra mim...
Nada mais vai me ferir
É que eu já me acostumei
Com a estrada errada
Que eu segui
E com a minha própria lei...
Tenho o que ficou
E tenho sorte até demais
Como sei que tens também...




Ninguém é de ninguém

Constantemente dizemos que as pessoas são nossas. Os pronomes possessivos aprendidos desde pequenos nos indicam isso. Desde muito pequenos somos incitados a dizer MEU, MEU, MEU.
Sei disso porque uma das minhas irmãs, com apenas um ano e três meses anda pela casa dizendo MEU.
Não vou puni-la, nem a minha mãe, nem a mim que também ensinei ela dizer isso. Você me pergunta, onde quero chegar com essa conversa. Simples.
Nós desenvolvemos, ao longo da vida, um sentimento de posse pelas pessoas. Meu marido, Meu namorado, Minha mãe, Minha amiga, Meus irmãos, Meus amigos. Meu, é tudo meu, eles são meus.
Mas, com a chegada de algumas experiências muitas vezes dolorosas, caímos em triste desilusão quando percebemos que não, ninguém é de ninguém.
Não temos posse sobre as pessoas e por mais que juremos de pés juntos que aquela pessoa é nossa alma gêmea ou qualquer coisa parecida, não, ela não é. Assim como eu, como você ela é um espírito livre. Foi criada da unicidade que Deus deu a cada um de nós.
Esse sentimento de posse, muitas vezes surge do excesso, veja bem, excesso de um sentimento bom. Quando queremos proteger demais, cuidar demais para que aquela pessoa que amamos não sofra, nós tentamos retê-la sob nossos cuidados, muitas vezes sufocando as próprias experiências.
Que nós possamos compreender que as pessoas precisam viver suas próprias experiências e se Deus julga útil que aquela pessoa que amamos passe por elas, não será nosso cuidado excessivo nem nossa posse que vai impedi-la disso.
Nisso, muitas vezes nos frustramos, queremos arrancar o sofrimento dela e tomá-lo para nós mesmos. E as mães? Ah, as mães sempre querem arrancar o sofrimento dos filhos, criaturas abençoadas que são.
Lembro que, muitas vezes em choros convulsivos de dor, minha mãe me abraçava muito forte, como se quisesse tomar minha dor para si.
Mães, não sofram tanto. Entendam que seus filhos devem ter suas experiências e que sim, algumas delas serão tristes e dolorosas, mas se Deus não permitisse que eles passassem por elas, seria o primeiro a impedir que acontecessem.
A posse é maléfica ao nosso espírito. Somos todos espíritos livres e se estamos unidos é pela nossa afinidade, nossa simpatia e pelo amor.
Esse sim é o laço indestrutível, que atravessa vidas, tempo, épocas, distância e tudo mais que pode separar-nos se não estamos unidos por esse laço sagrado.
Mas também, o irmão doente do amor, o ódio, une nossas almas.
Por isso não devemos guardar rancor, mágoa ou quaisquer sentimentos maléficos ao nosso adiantamento.
Perdoar sempre, odiar nunca.
Por mais difícil que pareça perdoar. Por mais difícil que seja, devemos nos desapegar da posse.
No fim, somos todos um, somos todos iguais, vindo do mesmo Pai Divino e Amoroso, Que é Mãe, Pai, Irmão, Filho.
Não são os laços de posse que nos unem e sim o Amor. E que ele prevaleça e seja a maior fonte de luz dentro de nós.

Somos todos devedores

Estamos todos em dívidas. Calma, meus amigos, isso não é uma cobrança e sim, uma constatação.
Tudo que nos foi dado é um empréstimo de Deus, pois quando nosso espírito se libertar do corpo material, nada levaremos conosco, apenas nosso aprendizado, nossas experiências e o amor.
Você para e pensa, o que eu estou querendo dizer com isso, né? Pois é. Vamos pensar primeiro em nosso corpo físico.
Deus permitiu que tivéssemos cada um o corpo que merecia, segundo seu adiantamento. O corpo que Deus nos deu, para que possamos ter as nossas experiências terrenas é nosso sim, mas depois o devolveremos ao seio da Terra. Deus nos emprestou e cabe a nós cuidar dele. Assim como quando emprestamos um carro. Se devolvermos o carro ao proprietário da mesma maneira, sem arranhões e problemas mecânicos, ele nos felicitará e confiará em nós. Mas se o entregarmos cheio de riscos, problemas e batidas, caberá a nós mesmos, arcar com esse prejuízo.
Assim é com nosso corpo físico. Deus nos deu ele, perfeito ou não, nós deveremos cuidar para que ele se melhore e não sofra com abusos, seja de qual ordem forem.
Quem nunca bebeu demais e no dia seguinte sentiu-se mal, mas não mal fisicamente... Mal moralmente. Sentiu-se devedor, imprestável. Não sabemos cuidar bem do nosso próprio corpo, que é a morada de nosso espírito, o que dirá do resto?
A nossa condição financeira também é algo que Deus nos empresta. Assim como na parábola dos talentos, onde o patrão cobra de seus empregados o que foi feito com o dinheiro que lhes foi destinado, Deus cobrará de nós o que foi feito com os bens que ele nos concedeu.
Acaso nós teríamos enterrado nosso tesouro, assim como o mal servidor da parábola dos talentos? Ou teríamos multiplicado, como o bom servidor?
E aquele, Senhor, que nada é dado. O que fará ele, frequentemente pensamos.
Na minha ignorância e pequenez espiritual, acredito que deve lutar pelos seus objetivos e que se foi privado, seja do que for, deverá pedir perdão e agradecer a expiação imposta, porque todo sofrimento é sinônimo de dívida, e toda dívida paga é sinônimo de libertação. Mesmo o pouco que lhe foi dado, será devolvido a Deus, o valor de sua existência são será avaliado pelos seus bens, terras ou posses e sim pelo aprendizado e grandeza de seu espírito.
De que nos vale a fortuna se ela nos causa a ruína? De que nos vale a miséria se nos revoltamos?
As condições que viemos podem ser difíceis, mas Deus não ama mais o pobre nem mais o rico. Deus irá sorrir se ambos conseguirem superar suas limitações e suas dificuldades, se entristecerá se eles falharem, mas como Pai Misericordioso, dará a eles uma nova oportunidade de recomeçar.
Nada do que temos é nosso. Tudo nos foi emprestado segundo nosso merecimento para nossa vida entre os encarnados. Porém, tudo o que fizermos ficará gravado em nosso espírito e isso sim, levaremos para sempre conosco.
Somos todos devedores, mas Deus não é cobrador cruel e implacável, e sim Pai amigo, que perdoa, nos entende e sempre nos dá uma nova chance. Bendito seja Teu Nome.
Que possamos aprender todos os dias, cuidar bem do que nos foi emprestado e assim, devolvermos com cuidado e carinho aquilo que nos foi dado com amor e segundo nosso merecimento.

Influências

Vivemos cercado por influências. Somos seres influenciáveis.
Somos influenciados pela nossa família, pelos nossos amigos, pela nossa sociedade. Somos influenciados pelo ambiente que vivemos, por ambientes que passamos, por tudo que nos rodeia.
Se somos influenciados por tudo que nos é visível, quem dirá que não somos influenciados pelo invisível?
Alguns de nós podem se assustar, podem sentir-se marionetes, mas cabe a nós permitir o que vai nos influenciar.
Para tudo neste Universo de Deus existe o bem e o mal. Cabe a nós, em nosso livre arbítrio, escolhermos o que queremos pra nós. Constantemente somos indagados por questões como: " Mas eu não fiz nada para que isso acontecesse em minha vida, por que está acontecendo, então?".
Certamente não sabemos o motivo claro, mas para tudo que acontece há um porque.
Podemos achar muitas vezes que não somos responsáveis, que aquilo que nos acontece é uma fatalidade da vida, do destino, etc. Mas na verdade, nós que atraímos aquilo para nós.
Nós nos permitimos sermos influenciados por coisas boas ou más. Nós, com nosso pensamento e nossos atos atraímos essas energias.
Não somos vítimas da vida, não somos vítimas de ninguém. Somos responsáveis por tudo que nos ocorre, mesmo que muitas vezes seja extremamente difícil compreender e aceitar isso.
Hoje foi um dia que me fez pensar que, mesmo sabendo que vivemos sob constante influência do invisível, da Espiritualidade Amiga e também de espíritos não esclarecidos, mesmo assim, nos deixamos influenciar.
Desde ontem eu me sentia mal. De repente uma dor de cabeça terrível quebrou meu raciocínio e como o tempo está de derreter geleiras, culpei o calor. O calor passou, veio a noite quente, porém mais amena e a dor de cabeça insistindo. Não resisti mais a ela e dormi.
Acordei hoje como se houvesse um peso de 50kg na minha cabeça. Ela doía toda, doía muito. Tomei um remédio. Devia ser enxaqueca. Dormi. Acordei novamente com mais dor de cabeça. O remédio não fizera nenhum efeito. Fui tomar um remédio mais forte, atribuindo as fortes pontadas e meu natural desânimo a algo fisiológico. Claro que não podemos atribuir todas as nossas dores a influências espirituais, mas, antes de nos entupirmos de alopatas, será que não seria melhor uma reflexão?
O que estou sentindo? De onde vem essa dor? O que me ocasionei para sentir-me assim? Teria feito algo físico ou deixei-me cair em vibrações inoportunas?
Voltei pro quarto escuro, até a luz me incomodava. De repente senti vontade de ler. Uma grande vontade de ler. "Mas estou com dor de cabeça" pensei.
Mesmo assim peguei o livro, abri um pouco as janela e deitei.
Retomei a leitura do romance espírita ditado por Lucius através da médium Zibia Gasparetto, "Somos todos inocentes".
Ao retomar as páginas, a dor de cabeça aumentava, pensei e fechar o livro várias vezes, mas queria saber o que aconteceria na página seguinte, fui resistindo, apesar da dor aumentar. Mesmo assim, não desisti, decidi esquecer da minha dor e mergulhar na história. De repente, quando vi, já havia lido vários capítulos e a dor de cabeça tinha sumido. Nas reflexões que o livro me trouxe, sobre influências espirituais, pensei que talvez a dor de cabeça não fosse de cunho físico como eu imaginava. Senti uma imensa vontade de orar. Fechei os olhos com algum medo, se tivesse sido realmente influenciada, a coisa não era muito boa, porque fez-me sentir uma terrível dor. Mas tinha que ser mais forte, Jesus é amor para todos nós. Orei. A dor passou de vez mesmo. Abri as janelas revigorada, pensando que se quisesse seguir nos caminhos do Espiritismo não poderia me render as influências negativas. Tinha que lutar contra a dor, o desanimo, a preguiça.
O Sol iluminou meu quarto. Olhava para luz sem incomodo. Tudo tinha passado. Pensei que me deixe influenciar, não podia mais agir assim.
Evidentemente que alguns momentos nos deixamos fraquejar, mas a nossa fé deve ser maior que isso. Tinha que me blindar, manter bons pensamentos e afastar os maus.
Daí a ideia surgiu... Por que não escrever um texto sobre influências?
Mas só um texto? Por que não um blog sobre Espiritismo, já que é um assunto que eu amo, me sinto bem e gosto de explanar sobre ele?
Pois é... Aqui estamos. E aqui continuaremos. Cada dia um aprendizado, por menor e insignificante que pareça, aprendemos a todo momento.
Somos tudo aquilo que desejamos atrair para nós, mesmo que as vezes, inconscientes disso. Devemos ter controle da nossa mente, nossos pensamentos e nosso espírito. Tudo pode nos influenciar. Somos como nossa casa, nós permitimos quem entra nela ou não. Nossos pensamentos devem seguir a mesma linha.
Que a paz de Jesus esteja sempre em nossos corações e que possamos aprender cada dia mais.

Início...

Foi a segunda grande vontade de escrever sobre Espiritismo que me fez criar esse blog.
Segunda grande vontade... É, acho que não foi a segunda grande vontade não. Na verdade, sempre quis escrever sobre o Espiritismo. Antes queria escrever livros baseados na Doutrina. Quantas a quantas histórias não comecei. Donzelas, tramas românticas, Egito Antigo, dívidas, reencarnação, mas nada saía do papel. Não estava pronta. Não que agora esteja, mas acho que consigo trazer meus pensamentos com mais clareza pro plano "material" das ideias.
Eu já tenho um blog, mas ele já é variado demais. Queria dar atenção especial para esse assunto que guia minha vida, que é meu leme em todos os momentos.
Quero deixar claro que os textos que vocês verão aqui não são fruto de experiências mediúnicas minhas, e sim, fruto da minha vontade, curiosidade e interesse pelo tema. Sinto que, de alguma forma, colocando os pensamentos aqui, algumas coisas podem ficar mais claras pra mim.
Não quero ser dona da verdade, nem propagadora de conceitos, sou apenas um grão de areia em busca de aperfeiçoamento. O que trarei em meus textos será a minha versão sobre as coisas, o meu olhar, minhas impressões e minhas experiências. Por isso o nome "Espiritismo e eu".
 Aqui, também pode ser uma boa oportunidade de dividir experiências, conceitos e afins.
Sinto-me animada, espero que flua...
Que a Espiritualidade Amiga esteja sempre conosco, que Jesus nos abençoe e que seja feita a vontade de Deus.